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O nosso conto
Já está no ar a promoção do Hagah no ClicRBS da Feira do Livro de Porto Alegre. Você me ajuda a terminar o conto que está lá iniciado e, se for o vencedor, ganhará 5 dos meus livros. Entra lá www.clicrbs.com/e procure o link Feira do Livro, abaixo à esquerda. Conto com a tua participação!
Carta de Toulouse
Toulouse! Perto daqui Salvador Dali agoniza. Salvador Dali está morrendo e não tenho cigarros. O senhor do condomínio fez uma relação de cada prato, garfo e faca que uso. Não discriminou essa aflitiva ausência de mulheres, esse isolamento do bairro Mirrail em Francês para Estrangeiros. Salvador Dali arde em febre e passo 15 dias a arroz-com-frango. Escrevo o livro com um toco de lápis. Conheci uma argelina e uma “alemoa”. Dialogamos em Francês para Estrangeiros. Eu penso Salvador Dali morrendo em Francês para Estrangeiros. Eu tenho sido em Francês para Estrangeiros. Cada garfo, prato e faca. Toulouse, 1987!
Esquisita cidade
Esquisita cidade, por que chora, os seus filhos quando voltam?!? (as lavouras estão encharcadas, a serra, a cidade em declive, um sino e o peito de uma prima rouca) A terra está encharcada com o perfume do feno. A cidade está encharcada como um mármore suspenso. E o Cemitério também em declive.
Termine o conto
O Clic RBS está fazendo uma cobertura bem bacana da Feira do Livro de Porto Alegre, com notícias, chats, blogs e promoções. Estou numa destas. É o seguinte: um autor inicia um conto e a proposta é que os leitores devem continuar a história até o seu desfecho. O leitor que escrever a melhor continuação ganhará 5 dos meus livros (5 títulos). Logo o meu conto deve estar postado neste endereço. Participem. CLICA AQUI http://www.clicrbs.com.br/e procura o link Feira do Livro. No sábado, aliás, estarei lá com o As luas que fisgam o peixe, às 19h30. Espero a presença dos amigos.
Dançar tango
Uma aluna, amiga, me larga a seguinte equação de pronto: li o perfil da Gisele Bundchen e me pareceu uma reportagem, apenas com menos falas. Não peguei ainda a diferença, me cobra. Ora, amiga, não há mesmo diferença. Comecemos combinando: perfil é a reportagem de uma vida. Vida, pressupõe humano. Então, como o melhor e ideal jornalismo, o ser humano vem antes de tudo, sempre. Se é um tango que nosso personagem quer em seu velório. Não tenhamos dúvida. Comece a tua narrativa por descrever, por CONTAR A HISTÓRIA deste inusitado trajeto. Humanize. E quando se humaniza, não se afirma, declara, ou se diz. Mas se conta, se lembra, se reconta. Se projetam sonhos e desesperanças. E dê a tudo isto o toque que a Literatura nos ensina. Uma história de cada vez, bem escrita com a inventividade do relato sempre à frente, numa cronologia que só cresce até explodir no final. E o final, se você fez tua narrativa com o círculo de uma dança, o final pode ser o começo. Se bem amarrada tua história, ela dá TANGO!
A prosa ordinária
A forma certa para escrever é desenhar, desenhar, desenhar, esgotar todos os motivos que intuitivamente consiga e depois rasgar todas essas gravuras. Agora você está apto, sente-se bem e passa então ao mais fácil. Em prosa ou verso falará então do que já viu, do que leu, do que pode ter visto, das experiências que especialmente nos enterneceram: fala-se então do amor, fala-se do amor da infância, do amor adulto, de um amor que persiste até o momento da morte, embora ainda não o tenhamos vivido. Escrever, como se percebe, é falar destes contrabandos do amor: do amor tenro, do amor viril e do amor da maturidade. E percebe-se que quase sempre tudo girou em torno desta semente que, ao invés de germinar, por fim nos ocorre como um legado de incidentes já sepultos. É o que chamamos saudade. Existe a boa saudade. E existe um outro tipo de saudade que são gestos ou episódios que todo o dia nos retornam. Por exemplo, o amor do último olhar que se deixa para a vida. Para a imagem de um Cristo, para as mãos de quem nos atenda, um último olhar para o olhar do filho que esteja ao teu lado no ato final. Foi este o olhar que minha mãe teve. Como se vê, esta angústia do expressar, este exercício ordinário que enfrenta a solidão faz bem seu trabalho. Escrever é isso: ter o que dizer. Já experimentei da palavra arrancar as metáforas que se reinventaram. Sim, porque todas as metáforas e todas as figuras de retórica já foram escritas. Apenas nos surpreendemos por termos feito igual, agora com o toque de nossa vivência. Perceberam que usei acima a expressão ordinário. Ordinário como coisa rotineira. Mas é uma daquelas tantas palavrinhas usadas no meu Bonja com uma outra conotação. Não o ordinário cafajeste, mas se usa lá na minha cidade esta expressão para o sujeito vivaz, sacador do que se passa em volta. O sujeito que fica no limite céu e inferno de forma legal. Pode parecer aqui a dedução mais simples (e isto vale ainda mais com a experiência e o ouvido afinado pela leitura), mas quem se põe em prosa ou poesia deve fazer com vigor e paixão. Em suma: ordinário diante do que é humano.
Luas no Porto
Estarei na feira de Porto Alegre, no próximo sábado, fim da tarde. Eu gostaria de rever os meus amigos de Porto, já que a vida nos leva pra outras coisas e lugares e a gente se dispersa.Apareçam!
O amor
O amor é chumbar o pé na água e andar no liso do fundopr
Oração como uma fala à mulher no banho
Rezo pelos que não rezam Por não encontrar no rezar o humor Rezo a graça sem graça Que é diferente do orar Orar é uma oração: Jesus, o sujeito, amar o seu verbo Neste momento há uma mulher no banho Honra, portanto, à Hóstia, complemento de Deus Honra à matéria! Honra ao ventre de que se ocupa! De ventre ocupada a mulher Ao ventre, ao pão! Onde a festa do pão? A Balada de São Pelegrino? O festivo entusiasmo da minha fé? Confesso, em resumo, não sei rezar. E rezaria, rezaria de rir, por teus cabelos molhados no banho!
Resultado da feira
Marcelino Freire, que esteve conosco no encerramento da feira, comenta lá no seu muito lido blog a sua passagem por aqui. Clicaqui:
Valeu!
aH, e OBRIGADO a todos por este presente que foi a Feira do Livro 2007!
O mar e a criança na praça
O melhor que vivi nesta feira do livro, sugestivamente está ligado a um grande texto. Minha história é bonita como aquele relato de Eduardo Galeano, de um pai que leva seu filho para ver pela primeira vez o mar. O começo de Cem anos de solidão, de García Márquez, também traz um momento de iluminação literária (o Coronel Aureliano e a sua descoberta do gelo), mas prefiro ficar com o poeta uruguaio. Galeano conta a história do menino Diego e seu pai, que depois de muito andar, avistam o mar e a sua imensidão. E o menino fica “mudo de beleza”. Quando finalmente consegue falar, tremendo, gaguejando, o menino pede ao pai: “Me ajuda a olhar!” Testemunhei na feira uma singela história semelhante. Caminhava na área infantil e encontrei duas professoras e a turminha de alunos de um de nossos bairros. Elas se identificaram e me apresentaram os alunos, entre 6 e 9 anos. As professoras então me contaram que havia alguns vivendo a experiência de sua primeira vez no centro da cidade onde nasceram. Sim, havia criança que não conhecia a praça Dante!! E, justamente no instante, uma das meninas disse: “Profe, ali tem um igreja”. E apontou para a matriz. Comprovava o que a professora recém me contara. “Ali tem uma igreja”. E esse ali tem uma igreja era a menina pedindo para a professora ajudá-la olhar. “Olhe, profe! Olhe comigo!” Era como o menino do mar pedindo, pai, partilhe comigo. Aquela menina, pela primeira vez na praça, olhava por si. Talvez, até já tivesse cruzado o centro, no colo da mãe, no ombro do pai, conduzida pela Visate, mas a praça, o chão da praça, de pisar por si (embora a companhia das professoras), era a primeira vez. E a nossa feira já tinha valido.
A praça nos chama
Nada a dizer por aqui, porque tudo está sendo dito na praça, em nossa Feira do Livro, agora com sol e as pessoas chegando cada vez mais. Encontros, debates, conversa fora e, acima de tudo, o contato com os livros, os leitores, os autores, os anônimos que estão curtindo a Praça Dante Alighieri. Estou saindo pra lá. Tem Zuenir, Michielin, no final da tarde. E já está chegando aí o grande cabra, Marcelino Freire, de Sertânia, via São Paulo, trazendo a Fabiana Cozza para o show de encerramento de domingo. Até mais e aproveitem a feira!! (Acima, mais uma vez a ilustra. Meu mascote na praça.)
A orla de um vestido
Você não sabe das sandálias O que você sabe de saudade? Você sabe de ex-amor? Da mulher que põe logo o mais leve vestido num primeiro calor Você sabe de uma mulher assim e sente saudade? Acredito que possa saber O que uma mulher deixa para lembrar que te lembra? Sandálias, talvez isso Um vestido de orla simples que faça por nós homens sozinhos! Saudade! Homens sós manjam disso O que você sabe lembrar? Eu sei de um rio onde ela se banhou ainda moça Eu reconheço na solidão a sua boca triste distante que talvez murmure por mim... e seu vestido Lembre dele pra sempre quem me ler
Corpo de moça
dobra bonita do mato como a puma essa força sem controle que o corpo de moça tem
O amor quando desbota
O amor, até que se cure se ajeite despeite renegue não se permite ao desbotar (Três poemas de As luas que fisgam o peixe)
Dedicatória
Caramba, como foi bom te conhecer! Abraço Rita Esta é a dedicatória que ganhei no meu Pedro e Leopoldina, da minha amiga e colega desta feira, a nossa homenageada, a artista plástica Rita Brugger. Caramba! E ela tem 79 anos. Só por isso já teria sido "a" feira. (Crédito da foto: Elaine Cavion)
Semana final da feira e uma certa saudade que pinta
Entramos na reta final da feira e agora o bicho vai pegar mesmo. Semana cheia. Tem o encontro com os livreiros, a inauguração da Biblioteca do Presídio, uma gravação para o documentário da Bianca sobre Glauber, sabe-se lá quando e como ela conseguirá encaixar. E vem aí o Zuenir Ventura! E os lançamentos dos livros dos meus dois amigos, Marcos, o Kirst, e o De Menezes. E o lançamento da Adri Antunes, e o Ferréz, com a turma do Hip-Hop. E o Marcelino Freire e o seu Cantos Negreiros, mais a Fabiana Cozza, que fará o show de encerramento que vai ser bacana pra caramba. A feira começa se projetar para o término e já tá se armando uma certa saudade! Tá valendo muito!!!!!!!!!!!!!!
Quem foi a sua primeira professora?
A dona Anita Piazza, que ainda mora em Bom Jesus, me ensinou a ler através da Cartilha do Patinho. Durante as aulas, ela batia com a régua sobre o quadro negro e nós repetíamos as letras. Isso foi na 1ª série, em 1967, no grupo escolar Conde de Afonso Celso. Naquele ano, ela foi substituída por outra professora. Reencontrei Anita na 8ª série. Eu me destacava nas redações, e ela me incentivou a continuar escrevendo. Hoje, Anita coleciona meus livros. Jornal Pioneiro deste final de semana.
Valsa
Dançar valsa é ocultar nossos tropeços com grandeza(De: As luas que fisgam o peixe)
Transasom
Neste sábado, às 17h, na feira, vai ter um papo com o jornalista Marcelo Ferla, que está lançando Lembra do Transasom? O Transasom foi um programa, primeiro no rádio, depois no Jornal do Almoço da RBSTV, idealizado e apresentado por Pedro Sirotski. A obra é um misto de narrativa (do Ferla, e que recompõe os anos 70 de Porto, no auge da rádio Continental e do excelente comunicador Cascalho) com depoimentos do Pedro Sirotski, que traz a trajetória da ascensão da RBS e muito dos seus conflitos internos, que talvez seja o melhor do livro. Vale conferir o Marcelo Ferla. É a história do rádio e da TV aqui do Sul!
A boa energia que nos leva à praça
O que está acontecendo aqui em Caxias é o seguinte. Está rolando uma aproximação dos escritores, sem pauta, sem “objetivo específico”, mas está acontecendo de a gente se encontrar mais pelo prazer da troca de idéias e de bater um papo. Não há qualquer outra coisa que sugira uma estratégia de guerra. É apenas o embrião de uma coisa legal que ninguém ousou definir ainda bem o que é. Antes mesmo dos dois encontros que tivemos na Casa de Cultura, pré-feira (num destes éramos 42!!), já se via concretamente duas ou três conjugações de fatores que vale registrar: 1- o Fundoprocultura; 2- Feira do Livro em sua maturidade; 3- as novas editoras da cidade. O Fundoprocultura, de fato, está cumprindo a sua missão, revelando novos escritores e dando oxigênio a autores de meio de caminho, obras que seriam rejeitadas em editoras comerciais por serem “inviáveis”. Exemplos? Alessandra Rech lançou agora o seu Aguadeiro. Adriana Antunes vai fechar a nossa feira com o seu Temporário. Ambas, jovens, primeiro livro, financiadas pelo Fundo. E gente com estrada, como Delmino Gritti, que traz o seu denso livro sobre a Leitura, e mesmo o meu As luas que fisgam... O livro do Delmino é uma “bíblia” (inviável, portanto, na cabeça dos editores por ser caro). Luas, colorido, com ilustrações, e prosa-poética, que é a prima-pobre corrida das ante-salas das editoras de Norte a Sul do país. Segundo ponto é a nossa feira do Livro. Há uns 5 anos a feira assumiu de vez a praça, com uma infra-estrutura super profissional, e só tem crescido nestes primeiros passos de sua maturidade. Além disso, há projetos permanentes de estímulo à leitura que se desenvolvem para além do período da praça, alguns já completando seus 10 anos. Por fim, Caxias do Sul, com o seu potencial econômico, com Universidade e faculdades, um universo que engloba cerca de 50 mil alunos (sem contar os alunos das escolas regulares), até então contava apenas com duas editoras. Maneco e EDUCS. Era cristalino que tal mercado exigiria mais. E a expansão começou neste ano, quando três novas editoras surgiram: a Liddo, do Dhynarte Albuquerque, o selo Do Arco da Velha, e o Gustavo Guertler, com a sua Belas Letras, revelando uma qualidade que nada deixa a desejar ao que se faz hoje em São Paulo, Porto Alegre ou Rio. Desde que fui escolhido para ser patrono tive bem claro este cenário. Pegava esta vontade no ar, embora desorganizada. Daí que me apresentei como um voluntário, e revelando que nós, escritores, tínhamos de deixar de aparecer na feira 5 minutos antes de nossas sessões de autógrafos, e devíamos viver mais a praça e dar a cara ao nosso leitor. A feira está trazendo colegas que agora permanecem, circulam e prestigiam algumas mesas temáticas. Vejo isso com muita alegria. Ontem mesmo, a mesa promovida pelos alunos do DA de Jornalismo da UCS, exatamente sobre A Literatura Caxiense, foi um sucesso. Lá estavam a Biba, a Adriana, a Alessandra, o Marco, o Petry e o Dhyna, que estenderam a voz à platéia. Foi a melhor integração de público e debatedores de toda a feira. E um bom público, o melhor em debates desta edição. Senti ali a comprovação do que falei acima: a vontade de se fazer coisas, de escrever, de se unir, de buscar alternativas sem pauta, sem ninguém querer ser líder de nada, apenas se fazendo escutar. Talvez, de tudo isso, sobre melhores condições para a nossa literatura. Já é muito!
O salto da múmia
A experiência de viver a feira do livro por dentro é impagável. Como padrinho —prefiro este termo— tenho me emocionado, conhecido pessoas e já vou guardando na memória momentos bem legais. A abertura, por exemplo, foi simples, autêntica, bem como deve ser para ficar bonita. São 42 barracas e impressionam as atrações: 250, entre sessões de autógrafos, mesas de debates e performances no palco. No sábado, a grata surpresa foi Antônio Torres, nosso escritor convidado. Duas palestras, numa só, e com o domínio dos velhos mestres contadores de histórias. Também jornalista, Antônio relatou sobre sua infância no Junco, sertão baiano, onde, ainda menino, era procurado pelos namorados e escrevia cartas de amor. Depois, as moças o procuravam (era uma comunidade de jovens analfabetos), e ele mesmo respondia às suas próprias declarações. Ouvir ele contar isso vale um semestre em qualquer curso que se atreva a abordar o assunto O poder da palavra. E reencontrei já também, numa mesa temática, o meu amigo Luís Augusto Fischer. Fischer, com a sua generosidade, nos deu igual um semestre de literatura rio-grandense, num papo envolvente que foi de Manoelito Dornelas a Beatles e Internet. Na Visate, almocei com os funcionários. Lá, fiz a entrega de 80 livros dentro do projeto Fábrica de leitura. A Visate tem o seu Projeto Pescar, que trabalha com jovens em vulnerabilidade social. Muito bom. Mas, no domingo, o Tabajara Ruas, no encerramento do Encontro de Escritores, talvez tenha protagonizado o melhor momento da feira. Leu dois textos. O primeiro, sobre Quintana, que nos levou a um centro de Porto Alegre ainda centralizador da cultura. Mas, leitura mesmo, foi sobre a sua experiência no exílio. Taba falou de um seu amigo, o poeta Nilton Silva, que morreu com dois balaços no rosto, disparados por forças reacionárias a Salvador Allende. Eles estavam no Chile. E foi aplaudido de pé depois de revelar a divertida senha da clandestinidade: quem não pula é múmia!! A feira, como se vê, está sendo legal. Aproveitem que há tempo! A ilustra aí de cima é a capa do meu livro lançado no domingo, As luas que fisgam o peixe. Foi muito bom. Obrigado pela força!!!!!
Leitura constrói cultura
"É o tema da Feira do Livro 2007. A leitura constrói o ser humano, como cidadão. Com leitura, a pessoa tem muito mais capacidade de discernimento do mundo, de enxergar o que é certo e errado, de não se deixar explorar ou manipular e ter uma vida digna. Por mais que se tenha conselhos ou vivência, na verdade, a formação do ser humano está nos livros. Não vejo outra saída, principalmente para aqueles menos favorecidos, a não ser uma boa educação e uma formação paralela com a leitura. A partir disso é que se pode pensar em ascensão na vida, em um mínimo de horizonte no futuro. O maior legado que se pode deixar a uma pessoa é a formação e um pouco de nível cultural". Trecho de uma entrevista que concedi ao site da UCS. Para ler mais CLICA AQUI:http://www.ucs.br/
Convites
Amanhã, sexta, 18h30, na Praça Dante Alighieri, abertura da Feira do Livro de Caxias do Sul (sou o padrinho e já está sendo uma bela experiência). Sábado e domingo, Encontro Gaúcho de Escritores, na auditório do Juvenil e na feira. Domingo, 17h, na feira, lançamento do novo livro, As luas que fisgam o peixe. Na segunda, às 12h, na Visate, Fábrica de Literatura, conversa com os motoristas e cobradores da empresa de transportes. Na segunda, às 18h, no Auditório de Lona, na feira, bate-papo com o Luís Augusto Fischer sobre As dificuldades da invenção. Conto com a tua presença!
Um sonho a mais não faz mal
Eu sempre seria engraçado Tivesse pintado o meu rosto Tivesse tratado as formigas Tivesse curtido o mar Um bom namorado eu seria Tivesse juntado gravetos Tivesse ponderado na intriga Tivesse amado sem cobrar Eu sempre seria elegante Tivesse comprado gravatas Tivesse contido a bravata Tivesse somado o perdão eu seria tu serias homens e mulheres seriam leais e íntegros tivessem sonhado
Mulher acordada, homens tolos
Ele disse que fica desesperado na ondulação do seu corpo. E ele fica entre a ânsia e a angústia na consistência do que a cama mostra. E se ela fecha os olhos, de bruços, ele já compreendeu, fique também quieto, nem lhe fale. E no acontecer desse silêncio, diabos, nesse silêncio feminino é que ele se põe de joelhos, é quando apreende a insignificância, apreende a fragilidade, bicho estremecido pela falta de atenção da mulher. Quando pinta esse silêncio sem causa, ele, mudo, revoga tudo o que pensava ser. E se faz um homem no arrasto. E se arrasta porque o silêncio da fêmea é o que rege as estrelas, é por ele que os homens sofrem, agridem-se, choram, fazem a guerra e a paz. A fêmea silente é o que move nossas passadas, é o nosso raio de luz. Esse mudo virar de costas é o legado de Eva, herança nossa, parte e costela, padecemos ao seu bom lado, mulher, no teu emudecer. O silêncio desinteressado da fêmea é o que nos aguça, embeiça, amacia, é o nosso Máximo Demolidor Comum. Todos padecemos disso, ao dar de ombros vago, ao pouco me importa da mulher. E é um silêncio que olha, toca, fere, é calor morto de uma noite sem sal. Lençóis aos pés, que vale o amor sem gozo?, o silêncio, o silêncio a gritar! Mudo amor que não abre lábios e apenas sussurra, “só se quiser”. É brutal isso. E é o que nos domina, mais nos eleva, nos faz anjos decaídos sem mais Deus. Não há precisão matemática, ciência, cadência de samba ou bode que nos alivie do não saber. O que se passa afinal neste instante da força que emana da fêmea ao silenciar? De onde vem, afina, agarra com muda força feminina o homem no contrapé? Esse emudecer é o que faz o homem gemer, é o que faz a Terra chorar. O silêncio da mulher! É o princípio do mundo restar ao lado da mulher que está sem estar. É o verbo em si esse calar. Luz sem voz, a Mulher, Divina Causa, nos precipita neste vazio. Uma palhinha do novo livro, As luas que fisgam o peixe, que será lançado domingo, às 17h, na Feira do Livro de Caxias.
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