OBRA     AUTOR
         


Vitrola dos Ausentes
Clique aqui e leia um trecho.


Nova Edição



Clique aqui e leia.


DEMAIS LIVROS


Glaucha
Clique aqui e leia um trecho.



Iberê
Clique aqui e leia um trecho.




Valsa dos Aparados
Clique aqui e leia um trecho.




Missa para Kardec
Clique aqui e leia um trecho.



Quando cai a neve no Brasil
Clique aqui e leia um trecho.


Cozinha Gorda
Clique aqui e leia um trecho.


As luas que fisgam o peixe
Clique aqui e leia um trecho.

Coletâneas


Meia encarnada, dura de sangue
Clique aqui e leia um trecho.



Cem Menores Contos

Clique aqui e leia um trecho.



Contos Cruéis

Clique aqui e leia um trecho.



Contos do Novo Milênio

Clique aqui e leia um trecho.




 

segunda-feira, outubro 22

O mar e a criança na praça

O melhor que vivi nesta feira do livro, sugestivamente está ligado a um grande texto. Minha história é bonita como aquele relato de Eduardo Galeano, de um pai que leva seu filho para ver pela primeira vez o mar. O começo de Cem anos de solidão, de García Márquez, também traz um momento de iluminação literária (o Coronel Aureliano e a sua descoberta do gelo), mas prefiro ficar com o poeta uruguaio.
Galeano conta a história do menino Diego e seu pai, que depois de muito andar, avistam o mar e a sua imensidão. E o menino fica “mudo de beleza”. Quando finalmente consegue falar, tremendo, gaguejando, o menino pede ao pai:
“Me ajuda a olhar!”
Testemunhei na feira uma singela história semelhante. Caminhava na área infantil e encontrei duas professoras e a turminha de alunos de um de nossos bairros. Elas se identificaram e me apresentaram os alunos, entre 6 e 9 anos.
As professoras então me contaram que havia alguns vivendo a experiência de sua primeira vez no centro da cidade onde nasceram. Sim, havia criança que não conhecia a praça Dante!!
E, justamente no instante, uma das meninas disse: “Profe, ali tem um igreja”. E apontou para a matriz. Comprovava o que a professora recém me contara.
“Ali tem uma igreja”. E esse ali tem uma igreja era a menina pedindo para a professora ajudá-la olhar.
“Olhe, profe! Olhe comigo!” Era como o menino do mar pedindo, pai, partilhe comigo.
Aquela menina, pela primeira vez na praça, olhava por si. Talvez, até já tivesse cruzado o centro, no colo da mãe, no ombro do pai, conduzida pela Visate, mas a praça, o chão da praça, de pisar por si (embora a companhia das professoras), era a primeira vez.
E a nossa feira já tinha valido.