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segunda-feira, maio 31

Tríptico para Iberê

Saiu no Estadão deste final de semana, no caderno Sabático, matéria sobre o Tríptico para Iberê. Eu participo com um dos textos da obra, que aborda o Iberê Camargo escritor.
Clique aqui: http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,tres-livros-revisitam-obra-e-vida-de-ibere-camargo,558280,0.htm

quarta-feira, maio 26

Deeercy

Ela ultrapassou recentemente a marca de 10 mil seguidores no twitter. É a tuiteira de Caxias do Sul com maior número de seguidores. É acompanhada por caras como Danilo Gentili do CQC, Marcos Mion (Record), Kibe Loco e Jacaré Banguela (blogueiros), Welder Rodrigues (Melhores do Mundo), Murilo Couto e Daniel Belmonte (atores da Malhação), além de Talita Werneck da MTV.
Por trás dessa Deeercy de tanto sucesso nas redes sociais está a jornalista da Rádio Caxias, Denise Dambros. A personagem, claro, é uma homenagem à Dercy Gonçalves. Na morte da humorista, Denise escreveu no alto do seu Msn, “Deercy”, uma exclamação pela grande perda. Todos gostaram e, quando precisou de uma nova conta para espalhar suas sacadas humoradas no twitter, não teve dúvida, manteve o Deeercy.
Logo passou a ser seguida. Embora o apelido remetesse à humorista, Denise fazia seu estilo próprio. E, um pouco constrangida, constatou que a chamavam de humorista, no sentido sério.
Denise é formada em Jornalismo pela UCS, mas tudo começou quando a adolescente seguia o programa Cafezinho, na Pop Rock. Ela anotava as piadas em um caderno, levava pra escola e usava os colegas como cobaias. Fez contatos com os apresentadores e chegou a moderar uma comunidade do programa.
Depois, na faculdade, encontrou Marcos da Era (hoje na Rádio Viva) e Maurício Pretto (da Atlântida), e na rádio da universidade criaram o Brega Show. Era um programa jornalístico, no estilo conversa de bar, de intervalo de aula, onde podiam falar besteiras.
Nesse tempo, entrou na rádio Caxias e teve a experiência de conviver com Jorge Estrada, mestre do humor involuntário e dos trocadilhos. Um exercício mental que Denise soube assimilar, pois, depois de um tempo, involuntariamente, começou a separar as palavras e montar combinações.
Estava pronta para encarar o novo fenômeno das redes sociais que era o twitter. E aí é o que se vê. Hoje, Denise colabora com a revista MAD e participa dos live do site Kibe Loco, que são transmissões ao vivo de alguns eventos, como acompanhar as futilidades do BBB, mas que foram importantes para Denise exercitar a capacidade de criar piadas na hora.
Denise investiu então no twitter como uma opção profissional. E está deixando a Rádio Caxias em julho. Vai morar no Rio. Lá, vai trabalhar com mídias sociais e, mais do que nunca, investir na sua Deeercy.
Crônica no Pioneiro de hoje.

quarta-feira, maio 19

Resistência

Posso ter errado a estratégia, mas sempre procurei escrever aquilo que a tevê jamais apresentasse, textos impossíveis de serem filmados. Meio sem querer, talvez procurasse uma trincheira que ainda desse uma sobrevida à literatura. Chamam essa fração literária de experimentalismo. Ou, pior, rotulam de literatura difícil.
Pode ser. Mas a estratégia traz em si, paradoxalmente, uma forma de resistência. É ofertar um texto que seja puramente dos livros.
Como filmar um enredo que foi escrito de trás para diante?
Como registrar um conto sem desfecho, ou uma novela em que predomina o personagem (são mais de 400 em 96 páginas) sobre a trama?
São coisas assim que fiz. Em Glaucha há um trecho que diz do “alimentar” a vingança da linguagem com a televisão. Sim, porque existem palavras que requerem um silêncio e uma pausa impossíveis de serem “enredadas”, isto é, posteriormente filmadas.
Por isso, quando se começa a anunciar uma nova novela, eu torço que ela seja chata e repetitiva. Muito arrastada como essa que terminou semana passada.
É que as novelas de tevê mataram a literatura. Tomaram o tempo que se tinha para os livros com uma ficção ali prontinha, basta se esparramar no sofá e ver. Nenhum esforço, nada de cérebro, nenhum rasgo de provocação com as ideias.
Faz um tempão que isso aconteceu, desde os anos 70.
Mas, em nossos dias, há um outro fenômeno: nunca se leu tanto. Principalmente entre os jovens. Está aí a Internet com suas múltiplas opções (twitter, orkut, facebook, msn, YouTube, tantas outras). E, se a novela é arrastada e chata, pelo menos os jovens se mandam para o consolo dos eletrônicos.
Percebam. Para os eletrônicos. Não ainda de volta para os livros.
Não, não há nada de restritivo nesta observação. Já fui viciado em Internet. Já tive minha fase de msn, já abasteci um blog todo o dia; e mesmo em Glaucha há um troca de e-mails, num livro de 1989. Portanto, não é papo sem-noção, só constato.
É que a Jornada Literária de Passo Fundo quer publicar em sua próxima edição um livro que incentive os jovens à leitura (leitura de livros, obviamente) e pediram que colaborasse com um texto.
O que dizer? Contei, claro, das minhas primeiras leituras com lampião e lamparina. De uma casa sem luz, mas com livros.
Crônica no Pioneiro.

quarta-feira, maio 12

A barbárie das metas

Lima Barreto é o escritor que melhor fixou a bomba da burocracia e o ambiente do trabalho em nossa literatura. Não só pelo seu romance Recordações do escrivão Isaías Caminha, mas também no menos conhecido Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá, no qual um aposentado medita sobre as profundezas do serviço público, ao tempo que descreve as belas paisagens do Rio de Janeiro com o olhar de quem pendurou as chuteiras.
O seu personagem se divide em duas personalidades: o funcionário correto e o filósofo sarcástico. Enquanto observa as cariocas, “com seus chapéus de plumas enfunadas ao vento” (o progresso), medita sobre as relações de trabalho daquele Rio dos 1900.
Herman Melville, de Moby Dick, também tem um livro menos conhecido, Buterbly, o escriturário, que trata do universo de uma repartição. Um escriturário passa o dia a fazer cópias no seu canto. Certo dia, decide “não fazer mais”. Apenas isso. Não fará mais cópias. E, depois, radicaliza: não trabalhará mais, embora continue no escritório.
Este ambiente kafkiano das relações de trabalho (quase não explorado em nossa literatura) o autor caxiense Paulo Tedesco tomou como tema para o seu Contos da Mais-Valia que agora lança. Se Lima Barreto expunha o conflito homem-máquina de seu tempo, Tedesco abordará muito ajustadamente a relação homem-mercado de nossos dias.
A premissa é: o trabalho oprime ao estabelecer as suas metas. É um tema moderno e Tedesco, criado num “ambiente de trabalho”, estabelece o seu projeto. Os contos estão divididos em três seções: os comissionados, os pró-laboreados e os assalariados. E abre o livro exatamente com o Dia de fechar negócio. É a história do Festugatto passado para trás no fechamento da venda de um apartamento. Vacilou e o seu colega papou a comissão. O final é uma revelação da frieza do “mundo do dinheiro”.
Este conto dá a chave do restante do livro. Em o Aldeão e os Bárbaros, que é hilariante, nos deparamos com um empresário rústico, muito bem-sucedido, que simula reuniões e assinatura de contratos na presença dos “caras do banco”. Eles se vão e resta o empresário às gargalhadas pela mofa planejada.
Além da modernidade, claro, aparecem os colonos e os bodegueiros. Laço Apertado, por exemplo, é uma situação “quente” diante de um Programa de Demissões. A situação do vendedor da empresa Tenhotudo é comovedora.
Em tempos de cumprimento de metas, estamos diante de uma ficção bem fiel às relações de trabalho. E estas relações podem nos colocar em crise. Acontece que não tem volta. Trata-se da lei do mercado e, quem puder, que se safe.
Crônica no Pioneiro de hoje.

quarta-feira, maio 5

Iotti em Montana

Depois de muito tempo, o Iotti finalmente concordou em ir na UCS dar uma entrevista para os alunos de Jornalismo. O Iotti estava bem disposto e contou em pormenores como criou estes personagens tão autênticos como o Radicci, que ficará ainda como a legítima representação da colônia quando Caxias completar os seus 200 anos.
Carlos Henrique Iotti foi o cara certo, no lugar certo, e a cultura de Caxias pode incluí-lo como um de seus mais fortes representantes.
E o Iotti, que está aí com o seu “acústico” demonstrando que está em ótima forma, vai dar um tempo ao seu “meio”, vai pular fora uns 3 meses. Está indo para Montana, nos Estados Unidos, para aperfeiçoar o seu inglês (e pescar, e pescar). Mas vai continuar trabalhando todos os seus espaços pela internet e com programetes aí na rádio Atlântida.
No encontro da UCS, pareceu não lembrar que fomos colegas no falecido Diário do Sul, mas lembrou que trabalhamos na extinta Folha de Hoje. E me sugeriu que escreva o Anedotário de Bom Jesus, segundo ele, o local de histórias mais incríveis. E contou aquela do relógio do Seu Ari Estropiado e do seu filho Dedela, que é um clássico lá do Bonja.
A entrevista terminou e fiquei então devendo uma nova pro Iotti, é a história de uns queijos.
***
A história dos queijos é o seguinte. Um conhecido, de Bom Jesus, tinha um Opalão comprado na Auto Colina, e aproveitava umas tardes pra vender uns queijinhos em, digamos, São Bartolomeu.
Ia fazer esses câmbios em São Bartolomeu e, naquela época, havia na BR um frigorífico. Nos finais de expediente, diz-se, havia um funcionário do frigorífico que saía com linguiça por baixo da roupa. Amarrava as linguiças em torno da barriga, largava o blusão por cima, e saía bem belo depois de bater o ponto.
E, certa vez, o meu conterrâneo vai chegando em São Bartolomeu com uns queijos, transitando pela BR e... por azar, bate exatamente no sujeito das linguiças na cintura.
O cara cai no asfalto, desmaiado, e o nosso amigo desce do Opala nervoso e vai atender o acidentado.
Quando chega bem perto do cara caído, pra quê!!!! Viu as linguiças por baixo da blusa e entrou em pânico. Pensou que eram as tripas do cara que ele atropelara.
Ah, mas o conterrâneo não teve dúvida. Pediu ajuda, botaram o sujeito no Opala e saiu em disparada pra salvar o cara no hospital.

Crônica no Pioneiro de hoje.