OBRA     AUTOR
         


Vitrola dos Ausentes
Clique aqui e leia um trecho.


Nova Edição



Clique aqui e leia.


DEMAIS LIVROS


Glaucha
Clique aqui e leia um trecho.



Iberê
Clique aqui e leia um trecho.




Valsa dos Aparados
Clique aqui e leia um trecho.




Missa para Kardec
Clique aqui e leia um trecho.



Quando cai a neve no Brasil
Clique aqui e leia um trecho.


Cozinha Gorda
Clique aqui e leia um trecho.


As luas que fisgam o peixe
Clique aqui e leia um trecho.

Coletâneas


Meia encarnada, dura de sangue
Clique aqui e leia um trecho.



Cem Menores Contos

Clique aqui e leia um trecho.



Contos Cruéis

Clique aqui e leia um trecho.



Contos do Novo Milênio

Clique aqui e leia um trecho.




 

terça-feira, novembro 23

Oficina literária

O fato: a segunda turma de datilógrafas era composta por 12 alunas e passaria seis intermináveis meses a matraquear teclas sob a supervisão da irmã Dolores. Cada uma das alunas, a principio com as mãos encobertas para não espiar o teclado, se esmerava em exercícios que forçassem o uso de todos os dedos em alternância-repetida.
A irmã Dolores fora convocada pelos padres para dar essa aula suplementar no segundo semestre de 1968. Por isso, agora a segunda turma. Depois de alguns treinos iniciais, formando palavras aleatórias, a irmã Dolores passava em seguida para um poema de Camões e mandava que se datilografasse até o mês de dezembro, momento do exame final.
O exame, é bom que se diga, exigiu das moças, e houve mesmo demora até que a primeira aluna finalizasse. Lá ficou o irmã com os 12 textos e, no dia da formatura, em combinação com o senhor Nario da Silva, escolhido como paraninfo, a Dolores simplesmente comunicou que cada uma das alunas ganharia como lembrança, além do diploma, um terço.

***
Agora a ficção, em forma de palíndromo (para ler ao contrário, de baixo para cima):
Safar, Golita, dedam Rut. E todos só dedos assim aí: rota e lã, mãos à tecla.
Arte e letra, a teta. Sonata bela, o tréc é da unha, logo “alfalce”. Erro. “Susejo” dos The Beatles.
Selta e Beht, só do Jesus.
Ôrre!! E clã? Fla, o gol!!
Ah, nua! Decerto a Lê bata no “s”: a teta, arte letra.
Alce. Tá, soam aleatória missa: só dedos, só dote, turma de datilógrafas
.


***
Não sei se fui feliz no exemplo. Mas é assim que se passa da realidade para o mundo da ficção. Fora disso, é puro jornalismo; quando muito, crônica.

Texto para o Pioneiro de amanhã.