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quarta-feira, agosto 4

O candidato e o pensador

Na crônica passada, falei da Casa de Frei Geraldo em Bom Jesus. Mencionei que no Salão Paroquial, por muitos anos, funcionou o fórum. Mas não referi que lá, depois do cinema, na parte da frente do segundo andar do salão, instalaram o tabelionato, o registro civil e o registro de imóveis. Figuras marcantes estiveram naquele lugar e a crônica restou incompleta ao não mencioná-los.
O primeiro encarregado dos registros civis em Bom Jesus foi José Fialho Ramos, irmão das três abnegadas da educação. Vindo de Taquara, em 1915, José Fialho assumiu os registros de nascimentos e mortes. Depois, foi substituído por Ernesto Boff, de quem era parente. Ernesto também participava das atividades políticas e religiosas em Bom Jesus. Passou depois o “registro” para a filha Maria Iolanda Carniel, que dividia as salas do segundo andar do Salão Paroquial com Oly Alves de Medeiros e Renato Oliveira.
Foram duas figuras. Ambos, com temperamentos incisivos, se distanciavam, porém, na forma de agir. Oly era prático. Renato, intelectual. Marcaram por mais de três décadas a vida pública de Bom Jesus.
Oly, filho de um tropeiro de São Francisco de Paula, se tornou um advogado de amplo domínio e que comandaria o cartório com pulso firme. Casado com Aydée Teresinha Canani Medeiros (responsável pela Receita Estadual), adotaram Bom Jesus. Lá, criaram os filhos Rodrigo e Bolívar. Oly se destacaria pelas sucessivas candidaturas a prefeito sem alcançar resultado. Foi o responsável, no entanto, pela sobrevivência do velho MDB, resistente à ditadura e partido que lá consolidou.
Além do registro de documentos e escrituras, por seu balcão passaram muitos em busca de conselhos. Presenciei essas cenas. Office boy do Banrisul, no mínimo, ia três vezes por dia ao “Cartório do Seu Oly”. Com ele trabalhava o Zé Baroni e o Homero Costa, que começou por lá ainda guri.
Vizinho de parede ficava Renato Oliveira. Era mais teórico, possuía uma boa biblioteca. Além do direito e questões tributárias, lia filosofia, sobre música, romances e, principalmente, História. Certa vez, me cobrou se já sabia sobre a Guerra da Secessão. Era obrigatório. Não dava pra levar a vida adiante sem saber.
Renato tinha um espírito atilado. Irritava-se com questões menores, despachava logo os processos e registros, trabalhava como ninguém. D. Neusa Moojen Martins, que era a sua auxiliar, passava os dias a transcrever naqueles livrões de quase meio metro de altura.
Oly, o homem prático. Renato, um pensador. Duas figuras que muito contribuíram.
Crônica no Pioneiro.