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quarta-feira, janeiro 6

Tríptico para Iberê

Estas capelinhas que visitam as casas mensalmente, quando abertas, mostram no centro a imagem da santa. À direita e à esquerda as duas portinhas semiabertas. Formam um “tríptico”, isto é, uma imagem central, ladeada por imagens laterais acessórias. As portas podem trazer na parte interna alguma figura do altar, ou mesmo a imagem de anjos, por vezes, até mesmo algum oratório.
Nas artes plásticas são famosos os trípticos de Hans Memling, com o seu Tríptico de São João, e Hieronymus Bosch, com A Tentação de Santo Antão. Mais contemporaneamente, o britânico Francis Bacon também construiu trípticos, como a tela Crucificação.
Bem, o que quero relacionar com isto é que, depois de longa espera, talvez lá por março deve sair um livro sobre Iberê Camargo, resultado do I Prêmio de Ensaios da fundação que leva o nome do artista gaúcho. Participo com uma pesquisa sobre o pintor-escritor na obra que traz textos ainda de Daniela Vicentini e Laura Castilhos. O livro se chamará (porque são três ensaios) Tríptico para Iberê Camargo.
E também (talvez em março) pretendo lançar O tal Eros só (Osso relato). Trata-se da história de Sore (Eros), um cara que desde a infância surpreende por suas excentricidades. Usa chapéus como sapatos, faz corridas, sobe e desce escadas e dança tango de costas.
Vai acontecer sobretudo a vida. O caule da folha, o formato do pólen, a novena e a maçã. Vai acontecer uma nuvem de urânio e o Natal no mês de abril. Um sucesso pra nos encher o saco, o progresso, certamente a falta de pão. Vai acontecer uma mosca sem asa, reumatismo, mais amizade, vai acontecer um tufão.
Vai acontecer cocaína em farmácia, acontecer ainda formiga, leitão, senha pública, minha filha querida!, enchente. Desânimo, avassaladora paixão.
Acontecer de cachorro casar... Vai acontecer a respiração”.

É um provocador de caos e, por isso, solitário. Sore quer ser escritor e daí a escrever um livro ao contrário é um passo. Seu texto flui de baixo para cima, da direita para a esquerda, sem perder o sentido. O que se lê de cima para baixo é o mesmo texto de baixo para cima, um texto-palíndromo.
Este projeto foi aprovado pelo Financiarte e o livro terá o formato um pouco maior, para que caiba numa mesma página cada bloco de textos na íntegra. O modelo será Galáxias, de Haroldo de Campos, também um livro que é uma experimentação com a linguagem.

Crônica no Pioneiro de hoje.