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quarta-feira, janeiro 20

Já sou filho de Caxias

Eu nunca falei desse assunto aqui, porque achei que não interessava, nada acrescentaria ao leitor. Mas a vida nos prega peças, e eu não vou perder esse assunto para a crônica agora.
Em 2000, terminei um doutorado na PUC. Pois bem, somente na semana passada fui pegar o diploma. Quase dez anos se passaram e só agora fui buscar o diploma. Seria isto desapego ou o cúmulo do desprezo? Não chegava a ser mágoa, confesso, mas certa desilusão, que vocês logo vão ficar sabendo.
Quando na UCS precisava do diploma, eu apresentava o documento do Mestrado e anexava a Ata de Defesa da tese. E foi então que pensei: vou me dar de aniversário. Vou lá pegar o papel que é sinônimo de muita luta e conquista.
Faceiro, peguei o diploma e fui até o bar mais próximo saborear o momento. E a surpresa. Está escrito no diploma que a PUC de Porto Alegre confere ao fulano (eu), carteira de identidade tal, nascido em Caxias do Sul...
Quanta ironia. Eu, na véspera do aniversário, tendo às mãos aquele papel bonito e pensando: pura ironia! Passei a vida toda com Bom Jesus até os ossos (torturando os leitores do Pioneiro há 15 anos com Bom Jesus isso, Bom Jesus aquilo) e a PUC atribui meu nascimento a Caxias!?
Seria uma honra ter nascido aqui, e já me sinto de fato muito caxiense por esses 16 anos que aqui vivo. Mas nasci em Bom Jesus, pô!
Decidi na hora. Não vou reclamar, pedir que consertem a minha naturalidade. Vai ficar no meu diploma este equívoco da PUC.
Minha decisão, de certa forma, é uma pena, uma injustiça. Explico. A PUC me acolheu quando fui convidado a me “retirar” da UFRGS. À época, cumprido os créditos e as aulas, apresentei na UFRGS um projeto em criação literária. E meus contos foram considerados “insuficientes” e não havia linha de pesquisa para aquele “desconectado” encaminhamento de criação literária. E tive de me retirar.
Passado o triste processo (os contos logo em seguida foram editados sob o título Valsa dos Aparados), fui prontamente acolhido na PUC, com uma pesquisa que contempla a obra escrita (a criação literária) do pintor Iberê Camargo, que só agora também será publicada. Regina Zilberman e Assis Brasil (aliás, quem orientou a tese com a generosidade que o caracteriza) foram então muito receptivos e, por isso, achei “sacanagenzinha” ter acontecido o equívoco no diploma. Mas vou deixar o diploma assim. Agora mais valorizado como lição de vida.

Crônica no Pioneiro de hoje.