O pianista rindo
Harpo escreveu uma autobiografia que intitulou Harpo fala. Genial, porque ele se notabilizou nos filmes dos irmãos exatamente por nunca falar. Harpo era hilário, tapava a cabeça com uma peruca desgrenhada e fazia suas “gags”. Ao lado de Chaplin e Buster Keaton, os Irmãos Marx são reconhecidos como os comediantes de maior espirituosidade. Das situações mais sérias ou corriqueiras tiravam saídas geniais. Influenciaram gerações.
Como homenagear Harpo aos 90 anos do primeiro filme dos Marx? Com um palíndromo, porque escrever de trás pra diante tem muito a ver com as interpretações dos três irmãos. E este tipo de escrita é mesmo propício ao humor. Leiam o texto que segue, de baixo para cima, da direita para a esquerda. É Harpo no Brasil.
Ó, pra Harpo
És o “mi” no nisso o teu dom. E piana. Sorri. PS: é a cidade mi. Fax, ramal, o apagão.
“Refeijão?” “É nome?” “Em rodelas.” “Ué, como boi, dê aí...” “A diva ou cavaco?” “Ambos.”
Arte letra, ah, na manha, ó!, pra Harpo.
Ari é só, bá, bazófia: “Ramo?” “Do mar, robalo.”
Ô, leseira, e ira. Ari é Ari. É sê-lo.
Ô, labor. Ramo do mar. Aí, foz, a baboseira.
Ó, pra Harpo!
Ah, na manhã, arte letra. Sob má. Oca. Vácuo, a vida.
“I, ae, Dio bom, o Céu?” Sal e dorme. Emo, né. Ô, a Jiefer, o ágapa.
“Olá, Marx, a fim?”
É. Dá dica. Espirrosa, naipe. Mó dueto: os sinônimos. (É. Rúom. Úhr!) A prazo é o pra hoje. Seu gago ser, o fanho onha fó. O réu que é. A má (má!) butanesa. Só acoa lá. Babe a nós ser o naipe.
Crônica no Pioneiro de hoje.
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