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quarta-feira, novembro 11

A intimidade das sacadas

Quando você tem uma sacada, uma frase que diz tudo e ainda de quebra traz algum humor, é o que se chama aforismo. É quando, em poucas palavras, você dá a moral de uma história. É aquela chispa de sabedoria e que estabelece uma plena sintonia entre as partes, o autor e o seu ouvinte, ou leitor, que seja. Requer certo senso de humor, eu friso. Por exemplo, este aforismo do mestre do gênero em nosso meio, Nelson Rodrigues.
A pior forma de solidão é a companhia de um paulista.
A constatação de Nelson rendeu muita polêmica, e ele acabou tergiversando e dizendo que, na verdade, ao invés de paulistas, quis dizer o Vinicius de Moraes, hehe.
Próximo de nós, faz muito tempo, um espirituoso advogado soltou esta:
Caxias pensa que é São Paulo, mas não passa de Ana Rech.
Percebam o duplo sentido do “passa” na sociológica sentença.
E nossa literatura, que sempre se quis independente. Leandro Sarmatz foi na veia.
A literatura gaúcha olha tanto para trás, que sofre de torcicolo.
É do gênio de Nietzsche este: “Deus está morto!”, então valeria tudo, quer dizer, a crença em outros valores. Aforismos, como se vê, são definitivos. E a construção tem proliferado no twitter, onde encontrou o seu ponto ideal, dado ao limite de 140 caracteres (Carpinejar, que está lançando seu “livro do twitter”, acrescenta aí epitáfios).
Mas, aforismo, no fundo, é um gênero difícil. Talvez, por isso, se apresente em muitas variantes. Tenho uma porção de aforismos escritos e, por conta e risco, me encorajo mostrar uns cinco deles aqui. Vejam:
Se a mentira tem as pernas curtas, a fadiga é que inventou a política.
Mais este:
Se o papel certifica o aborto. É o testamento de quem nunca nasce.
E este:
Anestesia é um sonâmbulo com preguiça.
E mais um, para os perseguidos pelas boas oportunidades e que as renegam.
Eu rasgo dinheiro porque é o que sempre está mais próximo.
E para o artista que faz música fácil, só visando a venda.
Deitado no dinheiro, o músico perdeu a nota.
Por fim, este, num outro estilo, com título e tudo:
A intimidade do Pop
A Beyoncé, decerto por Britney, mão em concha no seio trazia.
Rihanna sem causa, all right, Madonna!, cada lábio é a coisa mais sexo.
Crônica no Pioneiro de hoje.