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quarta-feira, outubro 28

As duas casas

Sou despertado pelo celular com uma mensagem: “seu aparelho foi sorteado com uma casa”. Reajo friamente à mensagem, concluindo logo se tratar de algum golpe ou chateação de vendas. Não posso ser sorteado de nada, porque não comprei nada, não me inscrevi em nada, estou alheio a estas propostas.
A origem da mensagem é de uma rede de tevê que não assisto, não faço a mínima ideia, mas ainda assim me inquieto. De onde, afinal, esta pegadinha, ou vá lá que seja verdade?! A sorte até me cairia bem porque não tenho casa. A última que tive, na verdade a casa de D. Carmen, num terreno da prefeitura no Bonja, foi devidamente devolvida porque concluí que era o certo, já havia servido, ela estava morta.
E estou agora com esta mensagem pedindo que ligue para um número (numerozão que não se acaba), que ligue do meu telefone fixo, “grátis”, para GANHAR uma casa. É muita promessa para o santo que aqui desconfia.
Decido. Antes de sair dando o meu número (o que farão depois que eu corresponda ao trote?), irei a uma destas lojas da tal rede para ver como é isso, esta “nova casa” que já fantasio.
***
Enquanto isso, na minha casa real, continua o mesmo papo. Câmera em outras casas ligadas na internet. Nos meus domingos predomina a rancheira, agora com sessões também às sextas. E vivo cercado por mais três igrejas. Há tevês e as pessoas no prédio de lá dormindo na sala. Eu olho muito na janela e deixo outras cidades perdidas aqui dentro. Eu olho para esta Caxias da graça de 2009. Vejo os prédios que “sobem”, o tempo que anda rápido, os e-mails que nos anseiam.
Esperamos mensagens e visitas no site e “visitas” virtuais se parecem com aquelas formas que esvoaçam das árvores. Aquelas “visitas” tocadas pelo vento que entram em nossas janelas e nos trazem bons ou maus pressentimentos. Este ano não foi de visitas. Londres, por cabos, está aqui na sala. É a visita que recebo.
Minto. Outro dia, recebi um presente. É o estudo de uma amiga sobre Glaucha. Saiu há 20 anos este livro e agora comprovo não ser mais meu mesmo. Livros que publicamos deixam de ser nossos. E daí que encontro coisas confirmadas, e muitas coisas melhores que só posso creditar à riqueza da leitura. Há uma passagem no estudo em que ela analisa uma casa velha. Casa de madeira, a minha primeira casa. Vai que ainda compro esta casa por conta de algum sorteio!!!
Crônica no Pioneiro de hoje.