Leitura ao contrário
Aura da rua. O padreco da saia.
Rapá, aí é sabe-se lá. Traz o mó medo. A mil e uma tam!. Acuda. Caí! É treva. Só relato.
O adágio a cavalo. O sete “e não” à cruz, Amém!
Assim, a luto ri. Ufe! Meus adias aos mortos.
Atlas. A! leva rapá, flauta. A ira de Zeus.
E trapalhões, sujos, reles, à fome.
O amai-vos! Clichê.
Olá, Bagé! Aí, Vossa!
Assovia. É gabola. Eh, clic!
Só vi a mão. E mofa. Se ler, só jus. Se olha, parte. Sue, Zé daria. Atual fã para vela, saltas. O trom soa.
Saí da Su e me fui rótula missa. Me mazurca, ô, Ane! E teso.
Olá, vaca!
Oi, Gadão!
O tal Eros a ver teia caduca.
Matam?
Ué, Lima!
O demo Mozart. Ale se baseia a par. Aí, asado, cerda, pó. Aura da rua.
A Lena já. Aí, foz, aba, cínica.
Sairá no fubá.
***
Este texto, que pode ser lido de baixo pra cima e continua o mesmo conteúdo, reflete a ira de Zeus com Eros (o deus do amor), que saiu pelo mundo depois que a amada descobriu o seu rosto enquanto dormia. Mostrar o rosto era proibido e daí o castigo de Zeus: Eros passa a vagar, a viver o caos, que é expresso nesta linguagem de trás para diante. É um mergulho sem rede esta experiência e procuro indicar aqui um mapa de leitura. Talvez se possa chamar a isso de “livro palíndromo”.
Publicado no Pioneiro de hoje.
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