OBRA     AUTOR
         


Vitrola dos Ausentes
Clique aqui e leia um trecho.


Nova Edição



Clique aqui e leia.


DEMAIS LIVROS


Glaucha
Clique aqui e leia um trecho.



Iberê
Clique aqui e leia um trecho.




Valsa dos Aparados
Clique aqui e leia um trecho.




Missa para Kardec
Clique aqui e leia um trecho.



Quando cai a neve no Brasil
Clique aqui e leia um trecho.


Cozinha Gorda
Clique aqui e leia um trecho.


As luas que fisgam o peixe
Clique aqui e leia um trecho.

Coletâneas


Meia encarnada, dura de sangue
Clique aqui e leia um trecho.



Cem Menores Contos

Clique aqui e leia um trecho.



Contos Cruéis

Clique aqui e leia um trecho.



Contos do Novo Milênio

Clique aqui e leia um trecho.




 

quarta-feira, julho 22

Apollo 11 sem graça

Bom Jesus, anteontem estive aí. Andei rua por rua, parei em cada porção dos terrenos baldios. Naveguei por um satélite e fiz um rasante por tuas vielas e ruas e cada casa eu soube de cor. Cravei algumas setas na cidade. Na cidade, vista lá embaixo, marquei caminhos que percorri. E acabei por fincar minha seta no inevitável repouso. Do alto, pelo satélite, pelo Apollo 11 (é esse o nome que o satélite tem), identifiquei a tumba de minha mãe. Bem ali. E a seta então parada em vão.
É claro, parei com o passeio. Eu bem sei quando corro os meus riscos. Outro dia, num Pronto Atendimento, me afrouxei de medo ao constatar que ninguém se cuidava ali. Estavam todos a descoberto e, houvesse a “suína”, estaríamos a nos danar.
Mas, anteontem, era o dia do Homem na Lua. E eu, pra variar, sem assunto. Daí o passeio no Bonja e o astronauta Buzz Aldrin em confissão. Ele disse que não sentiram “emoção nenhuma” ao pisar no solo lunar. O Armstrong eu já desconfiava que era americano secão. Mas, Buzz Aldrin, brincalhão, saltando como um canguru ao pisar na Lua, não se emocionar?
“Estávamos a trabalho”, disse Aldrin. Ah, tá! E o Pete Conrad, da Apolo 12, que mesmo estando a trabalho, quatro meses depois pisou na mesma Lua e por lá aprontou?! Pisou, assobiou e cantou. Este sim curtiu.
Já está bem evidente aonde eu pretendo chegar. Não, não é só fazer o que se gosta. Não. É fazer as coisas que nos cabem bem feitas e tentando se divertir. Prosseguir naquele passeio do satélite pelo meu Bonja, por exemplo, ia me entristecer. E encher também a paciência do leitor (“Aí, de novo ele com Bom Jesus!”).
E, então, leitor, confesso. Achar um assunto que não sature o saco é a parte mais difícil da semana aqui. Outro dia, sai à cata do Spinelli, de algum assunto espírita, e fui bater lá no Chico Xavier. Num Pinga-Fogo, da TV Tupi, quando ele incorporou um poeta e um texto por lá saiu. Fui ver quem era. O poeta era Cyro Costa, um paulista que tinha predileção por temas relacionados aos negros e tem mesmo dois poemas de certa construção: “Mãe Preta” e “Pai João”.
Achei que daria assunto, mas ainda não deu. Mas, vejam, já era puro aprendizado com diversão. Corri então pras coisas do Bonja. Vi que naquela semana o clube dos negros, o baile do Seu Doca, arredondava a data da fundação. Estava pronta a crônica. E, mais interessante, por esses caminhos cruzados, rendia certa emoção. Coisa que o Aldrin, caramba!, ao pisar na Lua, confessa que não sentiu.

Crônica no Pioneiro de hoje.