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terça-feira, junho 2

Os espíritas e a neve

O ano que antecedeu a maior neve da história de Bom Jesus foi marcado pela cassação do padre Vitorino, afastado por ter comprado uma camionete sem a autorização do bispo D. Cândido Maria. Frei Valério de Parai então assumiu a paróquia, que tinha ainda por finalizar, por dentro e por fora, as pinturas da igreja. Buscaram então pra empreitada um Emílio Zanon de Caxias.
Começava com um bom trabalho aquele 1957. Além da pintura, havia toda a instalação elétrica, e três carrilhões seriam elevados para avisar a hora das missas. Como se percebe, a Igreja estava bem disposta naquela época.
O espiritismo era forte em Bom Jesus. A escola formada pelos seguidores de Kardec ia muito bem, atendendo até mesmo aos filhos de católicos. Tinha sido idealizada, entre outros, por Francisco Spinelli, incentivador das “Escolinhas de Evangelização” e líder espírita do Bonja. Assim, se pode perceber como uma contrapartida da igreja toda aquela ação: ainda em 1957 inaugurariam duas novas escolas. A Escola Paroquial Frei Geraldo, que atenderia aos mais pobres; e a Escola N. Sra. de Fátima, sob o comando das irmãs franciscanas.
Irmã Branca assumiria em outubro mesmo a escola e também, bem em frente, foi lançada a primeira pedra da nova Hidráulica.
Antes, porém, em julho, mais exatamente no dia 20, a grande “surpresa”. O município amanheceu coberto de neve. A maior da história. A Praça Rio Branco, ainda com o seu coreto (na verdade, o “coreto” era o reservatório de distribuição de água instalado no ponto mais alto da cidade) acumulou neve próximo a 1, 50 m. Era mesmo a maior já vista. Em certos lugares, durando quase 6 dias, matou por jejum e frio parte de todo o rebanho. E parte da cobertura da igreja, ainda cercada de andaimes, também desabou com o peso.
Quase nada. Como os padres estavam a trabalho, em agosto Bom Jesus já pode dar vivas à sua igreja pintada. Em setembro, seria a grande consagração da matriz, porque era em frente à igreja que haveria o Desfile da Pátria. Mas a “parada” foi cancelada pelo surto de “gripe asiática” que assustava “povo reunido”.
Foi mesmo um ano marcante. A igreja fincava os alicerces que intimidaria qualquer avanço do espiritismo de Francisco Spinelli. Morto dois anos antes da grande neve, Spinelli hoje dá nome a livrarias instaladas nos Centros Espíritas de todo o estado.
Texto de amanhã no Pioneiro.