Caros amigos
Arbex é um dos integrantes também de uma “revolução” que transformou a Folha de S. Paulo no maior jornal do país, a partir de 1985. Junto com figuras como Otavio Frias Filho, Matinas Suzuki Jr. e Carlos Eduardo Lins da Silva, modernizaram a Folha e oxigenaram a forma de fazer jornalismo no Brasil. Daqueles dias, Arbex tem boas lembranças da presença de Paulo Francis (boa gente, boa figura, distante da arrogância que enchia a página do jornal). Conviveram em Nova Iorque ao tempo de Arbex correspondente.
O projeto Folha, inovador, interessante até mesmo do ponto de vista ideológico, logo se transformou também no comum da grande mídia: rápido, ágil e vinculado às normas do mercado. Arbex se desiludiu com esta prática e enveredou por um jornalismo mais interpretativo, alternativo, de preocupação social. E foi ser editor especial da revista Caros amigos, dirigida então por Sérgio de Souza.
A partir daí, Arbex passou a dividir sua atividade jornalística com as aulas na PUC de São Paulo. Aproximou mais do que nunca o Jornalismo da História, e se filiou ainda mais radicalmente entre aqueles que ainda acreditam que a notícia deve ter o seu contexto.
A notícia não deve ficar na simples aparência dos fatos, na rapidez dos acontecimentos, não pode ser simulacro daquilo que se testemunhou. Isto, para Arbex, seria o “showrnalismo”, termo que cunhou para título do seu livro que interpreta a notícia como espetáculo.
Esta experiência e postura profissional é que Arbex veio dividir com os alunos da UCS na Semana da Comunicação. A necessidade de saber dosar informação com a busca da essência dos fatos. A notícia que contextualiza e, principalmente, a notícia que atende ao apelo social daqueles que a protagonizam.
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