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quarta-feira, maio 20

Autocrítica bonjesuense

Em 1969, Bom Jesus promoveu o Festival Nacional de Teatro Estudantil. Era uma extensão do trabalho em salas de aula do então Ginásio N. Sra. das Graças. Dois anos antes, as irmãs Belan, Milton Baggio e Frei Getúlio lançaram uma espécie de “ensino integrado”, que abrangia todas as séries a partir de encenações teatrais. Foi o embrião da excelente montagem de Morte e Vida Severina, que despertou o interesse de gente como Pascoal Carlos Magno, então um dos mais conceituados homens de teatro do Brasil, ele mesmo idealizador do Teatro Estudantil.
Mais do que integrar as disciplinas de todas as séries do Ginásio — ideia, aliás, que 40 anos depois a UCS idealiza implantar — aquele movimento era o embrião do que poderia ser Bom Jesus. Com a morte de Frei Getúlio, e outra série de futricas que sempre rolam nos bastidores, aquele estupendo projeto esvaziou. Morreu, mas se pode tirar dele alguma reflexão.
Era, sem dúvida, uma fonte de lideranças que poderiam pensar e administrar a cidade. Uma espécie de oficina para a formação de futuros dirigentes. E coincidiu, para azar de Bom Jesus, com a reta final na extração da madeira, cujo reflorestamento não foi seguido, e que exauriu a principal fonte de renda do município.
Mesmo que a tão pregada integração do Ginásio apenas ensaiasse alcançar o restante da comunidade, o que se viu dali em diante foi que Bom Jesus se perdeu numa divisão política proporcional à cabeça de seus líderes. Primeiro sintoma: a saída dos capuchinhos e o consequente esvaziamento do prestígio cultural nas decisões.
E ainda não era tudo. A emancipação de São José dos Ausentes foi um baque, pois praticamente ficou com o Turismo, o grande filão a ser ainda explorado. E, por fim, a “crise” da agropecuária, como se as pessoas deixassem de comer.
Precisava-se então pensar bem Bom Jesus. Mas, a partir de lá o que temos são administrações divididas por rusgas que não ultrapassam a folha de pagamento, já que a prefeitura é a maior “empresa” daqueles lados.
O que falta em Bom Jesus é uma “ação integrada” que alavanque iniciativas na área, sim, da agricultura diversificada e da pecuária. Mas, para isso, é preciso que se tenha articulação e boa capacidade de buscar investimentos. É preciso retomar as lições daquelas aulas do Ginásio. Mas, nem míseros 8 quilômetros de asfalto se consegue.
Crônica de hoje no Pioneiro. (Na foto, Aparados da Serra, que ficou com São José dos Ausentes).