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sábado, abril 11

Mariinha

O vestido que lhe mudaram tinha a cor da mariposa. As crianças que acompanhavam, queridas, ficavam sentadas. Tudo tinha o gosto da Nenéia no caixão da Mariinha. O tom combinando, as flores inocentes da coroa, nada de muito caro, embora pudesse ser assim pela loja.
Pensando bem, os vizinhos mais vizinhos sentem a falta, entristecem. E quer jogar que daqui a pouco apareça o Marmelo com o chapéu roxo dele?
O Seu Alcides, se tivesse estudo, tinha uns rompantes do Luther King. Se fosse mais altinho, era mesmo. Como diria a Nenéia, “praticamente”.
E também praticamente parecidas eram ela e a Martinha. Que só sendo Mariinha pra comparar as duas. E que a Mariinha achava iguais!!
Eram dessas lembranças do coração que se fazia o velório. Bem pouquinhas e boas lembranças, porque ninguém queria lembrar da Avany com a mãe dela, nos braços, gritando, “Não morra! Não morra!”. Gritando, “será o que foi que eu fiz??”
Foi vestida de mariposa a Mariinha. Era costureira e nem é bom citar nomes de quem dizia que era costureira de segunda.
Ah, Mariinha teu cansaço, teu derrame, tua neblina eterna!
A Mariinha já sofreu. Que descanse. Que merece.
Fragmento dos originais de Cozinha Gorda. Minha mãe, Carmem, estaria de aniversário neste Domingo de Páscoa.