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terça-feira, abril 7

Confissões derramadas

Acabei de desistir do Chico Buarque no capítulo 14. Se é para ler História do Brasil com merenguezinho metafórico, não dá. Estou falando de Leite derramado, romance recém-lançado por nosso maior compositor. As confissões de Eulálio Assumpção, moribundo que revisa seus antepassados através da História do Brasil, não conseguiram baixar a minha guarda. Larguei.
Na verdade, prefiro reler O Anjo Pornográfico – a biografia do Nelson Rodrigues escrita por este mestre no gênero, Ruy Castro. É muito mais “romance” que o Leite derramado. Também temos no Anjo a história do Brasil, mas sem a “intenção sociológica” que o texto do Chico nos induz. O livro de Chico é produto da linha de montagem da qual fazem parte Jô Soares e o Rubem Fonseca de Agosto (em menor escala geográfica, toda a obra do Assis Brasil).
Este tipo de literatura brasileira atende àqueles que se guiam pela leitura sociológica que entre nós tem grande estima por conta do Antonio Candido (também, sim, já comi deste prato). O fato é que não enfrentei o livro do Chico e talvez isto indique que cansei destas ilações à política e às ideologias no seio da obra. Muitas vezes soa artificial e fica chato.
Eu sei, eu sei, através de um romance podemos saber como foi o Brasil pós-escravidão, a imigração em nosso meio. Mas, realmente, armo defesa com estes romances que se põem a “fazer” História. Não é a praia que mais aprecio (e, por isso, gosto do Erico de Antares, não do Tempo e o Vento).
O romance do Chico me apareceu muito ajustadinho. Tentando mesmo rever certa formação brasileira nas entrelinhas que não me cativou. Ele vincula a decadência de uma família da classe-alta à certa tradição de país pela ótica do desencanto (e o Fischer, que gostou do livro, apontou os limites cariocas desta tradição). Mas, Peninha (Eduardo Cunha Bueno) faz isto de maneira muito menos chata, com sua maneira bacana de ler a História do Brasil com metáforas humoradas e tiradas com deboche.
O Leite derramado (tentei mais 4 capítulos) pode até ser um livro “belo e encantador”, como já li em crítica, mas não conseguiu me fisgar. Onde a invenção? O mergulho suicida dos criadores? Até o capítulo 18 não encontrei.
***
Semana passada, deixei de creditar o autor de Lembranças, gravada por Porca Véia. O autor da canção é Telmo de Lima Freitas.
Crônica de amanhã no Pioneiro.