OBRA     AUTOR
         


Vitrola dos Ausentes
Clique aqui e leia um trecho.


Nova Edição



Clique aqui e leia.


DEMAIS LIVROS


Glaucha
Clique aqui e leia um trecho.



Iberê
Clique aqui e leia um trecho.




Valsa dos Aparados
Clique aqui e leia um trecho.




Missa para Kardec
Clique aqui e leia um trecho.



Quando cai a neve no Brasil
Clique aqui e leia um trecho.


Cozinha Gorda
Clique aqui e leia um trecho.


As luas que fisgam o peixe
Clique aqui e leia um trecho.

Coletâneas


Meia encarnada, dura de sangue
Clique aqui e leia um trecho.



Cem Menores Contos

Clique aqui e leia um trecho.



Contos Cruéis

Clique aqui e leia um trecho.



Contos do Novo Milênio

Clique aqui e leia um trecho.




 

quarta-feira, março 18

Bardot & Barbará

Uma das mais lindas canções populares da França é a homenagem que o Serge Gainsbourg fez para a Brigitte Bardot. Chama-se Iniciais BB e, nas internas do estúdio na semana da gravação, aparece o Gainsbourg falando de Chopin na introdução da bela balada. A música tem uma linha melódica que arrebata, à altura mesmo da beleza de Brigitte, e, vai-se ouvir atentamente, o que dá a tonalidade da música é o 1º movimento da sinfonia O Novo Mundo, do tcheco Antonin Dvorak.
Antes de seguir, cabe uma paralela. Se você entrar no Youtube, lerá comentários sobre a injustiça de Gainsbourg não ser reconhecido como o grande cancioneiro da fala em francês (e a redundância cabe aqui porque Gainsbourg não canta, “interpreta” canções). Se alguém não está ligando o nome ao estilo, lembre que Gainsbourg é autor da famosa Je t’aime moi non plus (com a Jane Birkin, ou com a própria Brigitte Bardot no original, fica ao gosto do freguês).
Quanto à Novo Mundo, é a minha sinfonia preferida. Houve uma época de vacas magras em Porto Alegre que eu tinha poucos discos. Um deles era a sinfonia do Dvorak. Quase furei o vinil de tanto rodar. O outro era o de uma Califórnia, que trazia a Era Uma Vez (versa sobre a lenda do Negrinho do Pastoreio), do Aparício Silva Rillo e do Mário Barbará. Também ouvi muito aquele disco que tinha o Negro da Gaita.
Mas, é no Barbará que quero ficar. Injustamente (“injustamente”, com a ênfase aquela do Tim Maia), o Mário Barbará não é reconhecido como merece nos ciclos das Califórnias da Canção de Uruguaiana. Ele enfileira, fácil, cinco ou seis canções num Top de 10 da Califórnia.
Sem contar Desgarrados, já um clássico da canção nativa do Rio Grande (parceria com o Sérgio Napp), é com o Napp que o Barbará tem ainda Retirantes e Onde o cantor expõe as razões do seu canto.
Mas, a sua melhor realização ainda se verá em Colorada, que por algum tempo, bem no começo, foi a abertura do Galpão Crioulo do Nico Fagundes.
Há uns 3 anos conheci São Borja. Pedi ao pessoal que me acompanhava sobre o Barbará. Disseram que vivia ainda por lá. Cruzaram o carro em frente a um casarão de esquina. “Ele mora aqui”. E seguimos. E eu pensava nesta grande crueldade de nosso meio cultural. O não-reconhecimento que sacrifica alguns, como o Mário Barbará Dornelles.
Crônica de hoje no Pioneiro.