O pênalti sempre marca
Difícil. Escrever já é difícil, multiplique-se. Pelo meio, duvidava se conseguiria. (Consegui?).
Desde 2007 não produzia (não estou contando as crônicas). E restava o vazio, fonte seca mesmo. Mas o livrinho estava só fazendo a teia, agora eu vi. Primeiro, eu não tinha “a história”, a condição narrativa. E, depois, esta minha escolha circense (quem dera fosse ainda o palhaço).
O fato que não precisei da rede. Ou melhor, quero ainda falar de redes. Desde o começo, não para ser um Escritor, mas coerente (procuro ser ao menos isso: coerente), optei por uma equação difícil. Minha criação é, para fazer analogia com o futebol, fora do campo linear. Não estufo redes. A marca do pênalti fica atrás da goleira. Quer dizer, minha realização não é para o grande público. O que escrevo, eu tenho consciência disso, é para quem está atrás do gol. Aquele pequeno número de torcedores e outras poucas testemunhas da imprensa que ficam ali.
O preço que pago por isso eu já sei desde o primeiro livro. Não seria jamais um best-seller, famoso, isso nunca. Escrevo é para combater a angústia da fonte que às vezes parece secar.
Foi difícil. Cheguei trabalhar 18 horas para escrever uma página. Depois, na releitura, a página virava um parágrafo. Resultado. O meu livro é um livrinho: 40 folhas, mas deu trabalho de umas 500. E espero ter parado no porto certo.
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A crônica passada teve um bom retorno. E agradeço também por me ajudarem a encontrar o livro. Estive tão envolvido, que nem dei conta que já havia lido a biografia, e não liguei Elizabeth ao milagre dos Ausentes. Aliás, a biografia é de autoria do próprio Fidélis. Elizabeth é uma garota de Passo Fundo que morreu num atropelamento aos 15 anos e passou a fazer curas e dar alívio. Ela tem inúmeros seguidores.
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