OBRA     AUTOR
         


Vitrola dos Ausentes
Clique aqui e leia um trecho.


Nova Edição



Clique aqui e leia.


DEMAIS LIVROS


Glaucha
Clique aqui e leia um trecho.



Iberê
Clique aqui e leia um trecho.




Valsa dos Aparados
Clique aqui e leia um trecho.




Missa para Kardec
Clique aqui e leia um trecho.



Quando cai a neve no Brasil
Clique aqui e leia um trecho.


Cozinha Gorda
Clique aqui e leia um trecho.


As luas que fisgam o peixe
Clique aqui e leia um trecho.

Coletâneas


Meia encarnada, dura de sangue
Clique aqui e leia um trecho.



Cem Menores Contos

Clique aqui e leia um trecho.



Contos Cruéis

Clique aqui e leia um trecho.



Contos do Novo Milênio

Clique aqui e leia um trecho.




 

quarta-feira, janeiro 7

O som dos espelhos

O Kraftwerk está vindo ao Brasil. O grupo marcou a minha adolescência e acho que vai ser a trilha sonora deste meu 2009. O Kraftwerk é aquele do comercial do Star sax. Aquele de um cara andando numa estrada, trilho de trens, sapatos de couro, modernos, macios, tendo ao fundo The Hall of Mirrors (O Salão dos Espelhos).
A música (junto com Radioatividade, outra ótima deles) virou trilha de formaturas, de outros documentários, mas o fato é que marcou a minha adolescência. Alcançar um Star sax era sair do Ki-Chute, sinal de amadurecimento e prestígio junto às garotas. E também porque o Star sax era mais discreto no odor, todos sabem.
Curti muito o Kraftwerk, principalmente porque o Joãozinho da Tia Olga não deixava passar um LP que chegasse no Bonja. Gastava toda a grana em disco, na Discolândia do outro Joãozinho, que fechou a loja para se aventurar numa funerária.
Bons tempos. E a gente sempre pensava em seguir em frente, como nos fazia intuir o som daqueles caras. O Kraft era a trilha adequada para se pensar em Porto, São Paulo, Rio, alguns queriam a Bahia. Queríamos sair de Bom Jesus. A minha geração pensava nisso a sério, pois pressentia no horizonte a falta de emprego.
Estávamos certos. O vento sopra pra frente e, como um imã, aquele grupo alemão nos indicava a trilha a seguir. Pé na estrada, sem Ki-Chute, agora calçados em Star sax.
Pode isso?
Bem americanizados, mas nada de bobos. A gente ia com aqueles sapatos recitar Millôr no Ginásio, quando ainda no finzinho ditavam ordens os generais. Desligaram uma vez o nosso som.
Mas, o vento soprava pra frente. E não, não, não vou cair aqui na conclusiva piada das nossas “rugas no espelho”. Prefiro ainda a estrada e os sonhos.
Crônica de hoje no Pioneiro.