O gelo inacabado
Enfrente de uma vez o Grande sertão: veredas. A descrição da morte de Diadorim é muito boa. Pegue também o Cem anos de solidão (o dia em que o menino Aureliano conhece o gelo você nunca esquecerá). E, como está mesmo recluso, Ulisses, do Joyce. O trecho final com aquela sequência (não seria agora sekência??) de “sins” (o fluxo de consciência de Molly) que explodiu com o romance moderno.
Férias Plano B. Sem um tostão e no lucro. Reveja, por exemplo, a trilogia do Sergio Leone, aqueles faroestes geniais. Fique com a sensação do bom e velho cinema, não vá jogar baralho, não jogue nem xadrez.
No YouTube, busque a interpretação de Johnny Cash para aquela canção do Nick Cave, The mercy seat. Aproveite para ouvir Jorge Estrada, Honeyde e o Tom Jobim. O mestre dos trocadilhos, a destreza do Cancioneiro, reencontre Borzeguim.
Ouça também Beatles! Aí já valeu.
(Vá pescar em Tainhas. Dois dias, só. Volte logo para estas sugestões — não tem marca-diabo aí, são boas dicas, sim — e o resultado aparecerá.
Isto. Você pensará em escrever um bom livro, uma canção, fotografia de qualquer légua já. Talvez não faça. Mas ficará com a impressão que a rotina “se fú”, como o Lula diz. E, com certeza, suas férias se prolongarão tal o bom saldo.
Serão férias inacabadas. Inacabadas como aquele gelo de Aureliano Buendía.)
Férias boas mesmo. Não aquela sensação da volta de Capão ou Laguna: que só foi ainda mais se cansar. A estrada, as filas, a exploração constante e lá vai o listão.
Saia dessa. Melhor é fazer diferente e encarar por aqui. O teu limite sob controle e o cheque sem usar. O ano, claro, correrá melhor.
Reclusão criativa. Mergulhe nessa aí!
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