Professora Anita
Alexandre, Antônio, Aírton. Carlos, Cátia, David e Débora. Eliane e Elton. Gilberto, Gilmar. Itamar. Juarez. Marisa e Marlene (as gêmeas). Marta Rocha e Marta Suzin. Osmar, Paulo, Pelé e Valdemar.
Lembra? É a nossa lista de chamada, professora. A nossa sala bem de quina, à direita, no Conde Afonso Celso. (Aqui um episódio do nosso primeiro ano no Conde: lembro que “liberaram” certa tarde uma colega porque “não tinha idade”. Bateu a Inspetoria. Absurdo impedir a criança. Foi a primeira lição de solidariedade em nossas vidas. Afinal, faltavam apenas dois meses para que ela completasse os sete anos).
D. Anita é das minhas mais fiéis leitoras e ela gosta quando eu escrevo de um Bom Jesus que já não existe, o Bom Jesus que nos distancia. Do que sei, daquela turminha, apenas Aírton e Juarez (Aírton, Juarez, Elton Gessi, era o time do Grêmio em nossa sala!) permanecem no Bonja. Todos os outros partiram. A senhora sabe, D. Anita, seus filhos também partiram: é a busca do emprego, as oportunidades que nos levam.
A senhora sabe que virou nosso destino andarmos assim espalhados. Há hoje um Bonja em toda a parte. Há um Bonja por toda a Bahia, há 100 mil bonjas só aqui em Caxias!
Seguem os bonjas aí pelo mundo. E D. Anita (por sinal, Bonja adotiva; ela é de Santa Catarina) quer saber onde andam o que fazem? Não bastasse sua linda missão cumprida (alfabetizou centenas!), quer saber ainda da gente.
Se D. Anita mudar do Bonja, Bom Jesus ficará ainda mais vago. Mas, fará bem ir para perto dos seus, do carinho dos netos.
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Uma boa notícia. Sairá mesmo em 2009 o livro sobre Iberê Camargo. É uma coletânea de ensaios e devo participar com um trabalho apresentado na PUC enfocando o Iberê escritor. Sairá pela editora Cosac Naify, que já trabalha as primeiras provas.
Texto para o Pioneiro de amanhã.
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