OBRA     AUTOR
         


Vitrola dos Ausentes
Clique aqui e leia um trecho.


Nova Edição



Clique aqui e leia.


DEMAIS LIVROS


Glaucha
Clique aqui e leia um trecho.



Iberê
Clique aqui e leia um trecho.




Valsa dos Aparados
Clique aqui e leia um trecho.




Missa para Kardec
Clique aqui e leia um trecho.



Quando cai a neve no Brasil
Clique aqui e leia um trecho.


Cozinha Gorda
Clique aqui e leia um trecho.


As luas que fisgam o peixe
Clique aqui e leia um trecho.

Coletâneas


Meia encarnada, dura de sangue
Clique aqui e leia um trecho.



Cem Menores Contos

Clique aqui e leia um trecho.



Contos Cruéis

Clique aqui e leia um trecho.



Contos do Novo Milênio

Clique aqui e leia um trecho.




 

domingo, dezembro 14

A noiva do Sol chorou

No dia do Ato Institucional nº 5, que expandia a repressão da ditadura militar no Brasil, frei Getúlio deixou Bom Jesus. Naquela sexta-feira, 13 de dezembro de 1968, o capuchinho, transformado depois em mito, partiu no seu fusca vermelho para um concurso do magistério em Porto Alegre. O trágico final da viagem seria considerado o “dia mais triste da cidade”.
Ao lado de Getúlio seguia o capelão do hospital e professor de literatura frei Damião de Araçá. Cantor à la Tito Scrippa e poeta, Damião é o autor da “Noiva do Sol”, expressão com que Bom Jesus ficou também conhecido por conta da altitude e a beleza natural da cidade.
No domingo, no retorno, depois de uma breve passagem por Flores da Cunha para uma visita a um amigo, Seu Moro, os freis ainda estiveram na Churrascaria Alvorada, em Caxias, antes de seguirem viagem. Com eles, estava agora a professora Norma Preto e frei Remígio, também capuchinho do Ginásio.
Chovia. Seguindo pela BR 116, nas proximidades de São Marcos, bateram de frente com uma Chevrolet com placas de Caxias. Frei Getúlio morreu 15 minutos após ser atendido no hospital de São Marcos. Frei Damião, duas horas depois. Norma e Remígio, apesar dos ferimentos graves, escaparam com vida.
Romano Lino Toigo, frei Getúlio de Vacaria, antes de chegar a Bom Jesus, em 1956, passou por Rio Grande, onde foi capelão do hospital. Em tempos de João XXIII, soube se entrosar como a comunidade. Participava do CTG (um capataz que sabia latim e grego!) e prestigiava até mesmo os carnavais do Bonja. Com grande capacidade de trabalho e um apurado senso administrativo, chegou a ser cogitado para Secretário da Educação do Ildo Meneghetti. Há 9 anos estava na direção do Ginásio N. S. das Graças substituindo a frei Amadeus de Caxias, construtor do colégio que ainda hoje impressiona pela sua estrutura.
Naquela segunda-feira, os sinos tristes acordaram Bom Jesus. “A Voz Amiga”, o serviço de alto-falantes da igreja, tocava réquiens e era anunciado de instante em instante as mortes de Damião e Getúlio. Foram velados na matriz e por lá passaria toda a cidade.
Depois, em cortejo inédito, carros e ônibus seguiram para Vacaria onde seria sepultado Getúlio. Frei Damião seguiu ainda mais. Foi levado para Nova Araçá, onde repousa num jazigo da família.
Quarenta anos depois, Frei Getúlio é o nosso Ginásio. Frei Damião dá seu nome à biblioteca.
Na foto acima, frei Getúlio puxa um dos carnavais do Juventude, na década de 60.