De Mathilde a Rouanet
Caso a crise tenha sido mesmo o motivo que acelerou a união dos dois bancos, penso agora nos cortes que logo virão. Na cultura, é claro, que é sempre o que se corta em qualquer debilidade do mercado. O Unibanco tem uma série de salas de cinema em São Paulo, onde se pode acompanhar filmes de arte e, como se diz, filmes de autor. Além disso, tem um projeto bacana que são as Olimpíadas Escolares, que alcança alunos de todo o país.
O Itaú tem o seu braço nas artes e educação exatamente no Itaú Cultural, que promove shows, exposições, seminários, até um encontro de escritores brasileiros, quase inconcebível, que ocorreu há 3 anos, e quando eu pude ver toda a estrutura que eles dispõem na Avenida Paulista.
Acho que, se a crise econômica atingir mesmo os dois bancos, é por aí que acontecem os cortes. E será uma pena. Hoje, Dia Nacional da Cultural, quero relacionar exatamente os “patrocínios” com a nossa Capital Brasileira da Cultura. Alguma programação prevista para hoje, além da reunião do Clube dos Fotógrafos??
Nenhuma. E sabem por quê? Exatamente porque a nossa Capital Brasileira da Cultura não aconteceu, não funcionou e dificilmente deixará legado porque, pelo que entendi, era exatamente nos bancos que se depositava a esperança de se “captar” a grana que faria, de fato, Caxias ser a Capital da Cultura.
Mas, nerusca. Nem Bradesco, Itaú ou Unibanco, até onde sei, se entusiasmaram muito com a Capital Brasileira da Cultura de 2008. E pior, a tal “captação” se mostrou uma embromação burocrática que envolve a Lei Rouanet, papelada só para daqui mais de um ano e que matou Caxias como a Capital da Cultura.
(Crônica de amanhã no Pioneiro).
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