Romanção e documentários
1- Nosso maior escritor é um contista, Machado de Assis.
2- O melhor romancista é o mesmo Machado.
3- Guimarães Rosa, pela portentosa inventividade do romance Grande sertão: veredas.
4- É o mesmo Guimarães Rosa pelos contos, sobretudo de Sagarana.
5- É o Drummond e a sua poesia.
6- O documentarista Graciliano Ramos (Vidas Secas é um documentário e os relatórios que fazia como prefeito de Palmeira dos Índios)
7- De novo Graciliano, por nos inserir nos meandros da personalidade de Paulo Honório (e só o drama deste personagem vale toda a Clarice Lispector).
8- O cronista é Nelson Rodrigues.
9- O Brasil que nos coube viver está em dois Rubem Fonseca (O Cobrador e Feliz Ano Novo).
10- Pegue-se, em crítica, um livro chamado De Anchieta a Euclides, de José Guilherme Merchior, e estamos feitos.
É isso aí a literatura brasileira e nem se preocupe, é tudo. Passe a ler outras coisas de outros lados.
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Falei aí em cima de documentarista e relatório de Graciliano prefeito. Pois o César Busatto, que gosta de escrever, poderia começar o seu próximo livro, um romanção sobre o Rio Grande contemporâneo, com a seguinte parte do diálogo com o Feijó degravado:
Busatto — (inaudível) Não tem nada concreto. (inaudível). Agora, talvez, nós pudéssemos encontrar um modus vivendi que permitisse tu não romper com as tuas convicções (inaudível). Para tu estar dizendo para ti mesmo, para a tua consciência. Qual é o preço disso? Eu não sei. De repente, o Fernando (Fernando Lemos, presidente do Banrisul) faz um gesto concreto para ti, não quero pensar alto porque isso não tá no horizonte, né? Mas eu acho que tem que haver alguma coisa concreta que pudesse permitir que... ou outra coisa, quem sabe? (inaudível) Acho que eu estaria disposto a tentar, sei que a governadora é muito complicada, mas, se não for assim, não agüenta esse sofrimento.
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