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segunda-feira, junho 2

Do Tobatta ao prédio do Siza

O Tio Purça dizia lá em Bom Jesus que lia o The New York Times. Alguém, longe do Purça, dizia: duvido que leia. Nem chega este jornal aqui!
Não havia internet nesse tempo e acho que era a revista Time que ele recebia. Enfim, era um deboche que o Tio Purça fazia, uma crítica à nossa terra, segundo ele, “Teixeirinha” e boi no pasto.
Era um pouco injusto porque já havia por lá horizontes. Eu trabalhava em uma granja de maçãs e o meio de transporte era um Tobatta. Com carretãozinho, improvisado, de iniciar motor no muque.
Fiquei uns 15 anos fora e voltei pra Bom Jesus. Já amigo do Diogo Mainardi e ainda no tempo do fax.
O Diogo, este mesmo da revista Veja, morava em Veneza, e houve até uma época em que raspou a cabeça e passava no sofá meditando sobre o seu próximo livro, porque ele ainda se iludia com literatura brasileira.
Voltei e fui pra rádio Aparados. Eu pensava em implantar coisas novas e pedia a opinião do Diogo (eu estudara seu Malthus lá na UFRGS com a falecida Tânia Carvalhal). Diogo deu lá alguns toques, por fax, e Bom Jesus nem sonhava com isso.
E eu também não contava. Fosse contar que o Seu Rubem Fonseca ligou uma tarde lá para a rádio Aparados, iam dizer que eu estava igual ao Tio Purça.
Então eu ficava na minha e a rádio, acho, viveu um dos seus melhores períodos. Como estatalzinha, ligada à prefeitura.
Mas o problema nem era este. O problema era ficar em Bom Jesus com pessoas que me davam notícia do Rio, de Veneza, Porto Alegre. Nem faz tanto, mas não havia a internet. E a impressão que eu sentia é que “estava por fora” de tudo.
Agora, na inauguração do Museu Iberê Camargo, já não senti esta falta. O prédio é bacana, pós-moderno, talvez ajude a popularizar Iberê, como dizem, o que acho ingenuidade.
Mas, pelo que colocaram na rede, parece que conheço o museu há tempo. Cheio de rampas, com sala disso e daquilo, luz entrando por todos os lados, eu revi alguns quadros, me senti no ateliê de novo.
Da manivela ao fax, ao tour pelo prédio do Siza. Não ficar só no “Teixerinha”, como diria o grande Purça.

(A foto é de Ronaldo Bernardi)