Principado do Bonja
Mas, voltando. Já naquele tempo de revista e gibis eu escrevia na abertura das cartas: Principado do Bonja. O que estaria inconscientemente projetando? Talvez, mas um talvez, muito, muito remoto, a saída do nosso Bonja.
Sem querer apregoar aqui defesa do municipalismo, se Bom Jesus andasse pelas suas próprias pernas, andaria muito melhor sozinho.
Temos, hoje, lá, um problema gravíssimo de consumo de drogas, nitidamente por causa da falta de oportunidades, de ocupação e emprego. Temos uma crônica crise no atendimento hospitalar, que atravessa décadas e sempre com uma carência de tudo. As possibilidades de se comprar coisas além da sobrevivência, em Bom Jesus, há muito escassearam.
Quer dizer, nosso Bom Jesus ficou pobre. Precisaríamos de empresas e produção por lá. E, pudesse estabelecer seus incentivos por conta própria, pudesse Bom Jesus estabelecer algumas regras de benefício que ultrapassassem os limites das normas estaduais e federais, Bom Jesus deslancharia.
Seria um “principado” encravado na exata fronteira entre Santa Catarina e o Rio Grande. Renderia, no mínimo, um documentário cinematográfico. E, como isto é apenas uma crônica, rende uma forma de alegrar os meus conterrâneos: pensar Bom Jesus como um território independente!!
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