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Um atrapalho
Ser visita em Bom Jesus. Esta é uma das mais absurdas frases que já escrevi. Eu a repito olhando aqui numa janela do Bonja e é absurda dez vezes mais. Esta sensação de forasteiro que eu jamais ouvi de alguém: do parisiense, “sou visita em Paris!”, de um ausentino, ser visita em São José! Eis aí uma forma de turismo impossível de comercializar. O reencontro com a tua terra já sem os teus! Estive agora no Bonja lançando o livro. Fui muito bem tratado, especialmente pela Tia Zêla que é uma criatura de alma sem igual. Foi bom ter voltado depois de um tempo em que me atrapalhava chegar em Bom Jesus e não ter mais lugar. Não ter mais a casa, não encontrar por lá os mais próximos meus. Sabemos nós, leitor, não existe coisa pior do que você estar na tua terra natal como um desolado estrangeiro, perdido no teu próprio chão. Aquela forma vazia que descobri saindo comigo para a rua de uns 4 anos pra cá. Voltei agora e um afeto sempre do Bonja permanece, e eu aproveitei então pra entender a insatisfação de não ter mais paredes, de pensar o cachorro tratado pelo nome em nosso ex-beco, de não querer rever os copos-de-leite ou rosas que sobrevivem decerto no humilde jardim. O tempo. Ah, só o tempo se encarrega de nos acostumar com esta experiência tão inconcebível, provações da vida, sabe o leitor. Prometi voltar breve ao Bonja. E isto talvez me sirva para tirar este olhar forasteiro das ruas, sem me sentir mais visita entre os amigos meus.
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