OBRA     AUTOR
         


Vitrola dos Ausentes
Clique aqui e leia um trecho.


Nova Edição



Clique aqui e leia.


DEMAIS LIVROS


Glaucha
Clique aqui e leia um trecho.



Iberê
Clique aqui e leia um trecho.




Valsa dos Aparados
Clique aqui e leia um trecho.




Missa para Kardec
Clique aqui e leia um trecho.



Quando cai a neve no Brasil
Clique aqui e leia um trecho.


Cozinha Gorda
Clique aqui e leia um trecho.


As luas que fisgam o peixe
Clique aqui e leia um trecho.

Coletâneas


Meia encarnada, dura de sangue
Clique aqui e leia um trecho.



Cem Menores Contos

Clique aqui e leia um trecho.



Contos Cruéis

Clique aqui e leia um trecho.



Contos do Novo Milênio

Clique aqui e leia um trecho.




 

segunda-feira, novembro 19

A riqueza por dois dias

Vocês nem pensam o quanto é ingrato o ofício de um cronista. Primeiro, é achar o assunto, pois o cronista semanal pode chover no molhado do colega de ofício diário. Depois, achado o assunto, as limitações que nos impomos, sejam de ordem ética, jurídica, de fundo afetivo.
Tenho, por exemplo, uma crônica pronta sobre o “fenômeno” do Jornalismo no vestibular deste ano na Universidade de São Paulo. Não publico por parecer cabotino, as inscrições da UCS estão aí abertas.
Também não divulgo aqui as porradas que levei com o meu último livro, que não sou masoquista. E, divulgasse também os elogios, seria pior, pareceria um abobado, usando o espaço pra insuflar a vaidade.
Apontar a decadência do meu Bom Jesus é outra coisa que evito. Seria deixar Bom Jesus ainda mais fragilizado, e eu sempre recuo. Prédio, banco, time, tudo isso me aborrece. E assim vou podando os meus assuntos.
Quando a coisa aperta mesmo, como hoje, eu corro pro Pioneiro (já que estou também tomado do pior jornalismo, que é deixar de andar nas ruas). Domingo, por exemplo, o jornal nos convida a ser Papai Noel este ano.
Achei bacana, principalmente porque a matéria mostra que a iniciativa de ajudar crianças pobres partiu de jovens que sabem do que se trata “ser pobre”. Bacana!
Por outro lado, a matéria me fez lembrar de iniciativas paralelas, e que são bem intencionadas na essência, mas das quais eu discordo.
Este negócio, por exemplo, de algumas entidades ou clubes pegarem crianças em instituições para passar um final de semana bem na ocasião natalina. Tenho até alguns amigos que fazem isso: tiram as crianças do seu meio (menos favorecido, dizemos) e num final de semana dão roupas, passeiam, dão festa. Na segunda-feira, devolvem a criança ao seu mundo.
Acho isso, como dizer?, uma boa intenção ofuscada. Por que não doar a grana direto (e é tão óbvio!!) àquelas instituições, colégios ou creches que são o universo daqueles meninos e meninas? Por que mostrarmos “a riqueza” por 48 horas e devolvermos a criança na segunda??
Crônica para o jornal Pioneiro.