OBRA     AUTOR
         


Vitrola dos Ausentes
Clique aqui e leia um trecho.


Nova Edição



Clique aqui e leia.


DEMAIS LIVROS


Glaucha
Clique aqui e leia um trecho.



Iberê
Clique aqui e leia um trecho.




Valsa dos Aparados
Clique aqui e leia um trecho.




Missa para Kardec
Clique aqui e leia um trecho.



Quando cai a neve no Brasil
Clique aqui e leia um trecho.


Cozinha Gorda
Clique aqui e leia um trecho.


As luas que fisgam o peixe
Clique aqui e leia um trecho.

Coletâneas


Meia encarnada, dura de sangue
Clique aqui e leia um trecho.



Cem Menores Contos

Clique aqui e leia um trecho.



Contos Cruéis

Clique aqui e leia um trecho.



Contos do Novo Milênio

Clique aqui e leia um trecho.




 

quarta-feira, novembro 28

Olhos no rio que abraça

— Fiz um pecado.
— O quê???
— Uma vez, não salvei uma moça.
— Capaz!?
— Quer jogar que os cabelos vinham aqui?
— Vinham?
— Arrastava na terra.
— A-hã!
— Dançava não sei como.
— É?
— E as minhas forças ficaram na água.
— Essa não!
— Num baile. Eu disse: quer jogar que te namoro?
— E namoraram?
— Que que acha!?
— Deu um beijo?
— Nem dei três.
— Essa é demais!
— O cabelão vinha na terra...
— E sim?!
— Tinha tanto cabelo que nem me escutou.
— O que houve?
— Saímos pra ouvir o rio e o rio se avolumando. Grande, bonito...
— E ela, decerto, gostando?
— O olhinho mais verde ainda e eu olhando aquele olho.
— O maior rio...
— Pra ver. Ali, passando nos olhos.
— Santa...
— Perguntava quem é que faz, que ela não sabia o quê.
— E você?
— Eu disse: onde tiver um rio, eu abraço, moça!!
— E ela. Quis jogar?
— Não. Mas andou até na beirada.
— É. Ela não sabia... o que foi???
— Escorreu assim com os pés...
— E o rio ali, transtornado?
— Água e água. Só fazendo volume.
— O rio nos joelhos...
— Se ouvia!
— E ela?
— Foi tragada, o maior pecado.
— E??? Homem!!???
— Eu nada podia.
— Então era mentira?
— Era. Eu não tinha a força que disse.
— E ela, o que fez?
— Abraçou-se no rio... E desceu com ele os seus olhos verdes.