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domingo, setembro 16

Rotina para vencer a solidão

Não há piedade: minha solidão me cobra chamar o conserto. Pagar aluguel, negociar aquela dívida em parcela.
Eu desenho com um lápis de vento porque a minha solidão me faz cumprir calendário.
Não há piedade, minha solidão é Matemática: corrijo textos, como disso, o meu ganha pão é este exercício solitário.
Minha solidão tem asas e a pior solidão é como uma música travada.
Há uma gota na pia. A solidão tem companheira.
Eu fujo destas. Dono de crases, dono de livros, dono da sorte, eu já fiz o bom exercício de só às vezes cruzar a saudade.
Eu não estou sozinho feito um homem de luto, mas ainda assim digo, vamos solitário, alegre-se!
Vá ao mercado, você é o dono da casa que não tem muitos luxos: compro sapólio, Ajax, eu compro margarina como compra um solitário.
O solitário é aquele cara que sai várias vezes pensando em comprar um bicho. Coisas de gente sozinha que usa a geladeira como a melhor agenda.
Está tapada de recados. Minha solidão me passa e-mails.
Vejam que a solidão me põe na prensa e eu bendigo: não há por aqui opinião ou idéias.
A cor, se combina ou desbota, vai pelo humor que eu traga.
Eu sou vencido pelas coisas e a sua geometria: o varal com a roupa despenca? Eu calculo de novo o peso.
Viver na solidão, se querem saber, é se encher de horas marcadas. E eu mato a solidão o dia inteiro.