Progressão narrativa pra falar do amor
Eu mesmo sorrio, acho graça, eu crio a estética do sopro, eu toco em meu bombo tarola, eu faço das frases a maior diversão.
Eu busco a fala da perdiz. Sou experiente em carneiro d’água. Sou catálogo, sou mau preço, eu crio na verdade adereços pra dizer que sou pai.
Eu estudo as tarolas pra escrever! Eu estudo a música patética. Eu estudo a mecânica da expressão.
Eu já fiz desenho bucólico. Eu já fiz da calvície meu tema e um jarro, já quantas engravidei?
Quantas, hein, Paulo, escrevendo?
Quantas, Paulo?
Já levou um passa-fora? Aprendeu com o simples (a amada no banho, a gravidez não-dita)?
O amor merece colo. Alegria, não pena.
Já comeu milho cozido? Conhece o amor de cabelo louco?
Não, não. Não merece o amor a astúcia.
Goste. Perdoe sem surpresa, Paulo!
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