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terça-feira, setembro 11

Palomas, os ausentes e o fantasma de Erico

Tive a honra de ser escolhido patrono da Feira do Livro de Caxias. Em Porto Alegre, na lista dos patronáveis, estão Carpinejar, Juremir Machado e Luís Augusto Fischer. Não vou dizer que é a nossa geração, mas parece ter acontecido aí uma coincidência que expõe a nossa turma.
Quem somos? Antes de tudo, uns sujeitos otimistas. Com os nossos defeitos, obras pela metade, persistimos quando se sabe dos parcos índices de leitura. Investimos vida e cada centavo nisso. Não tivemos casa. Um dia, no Bar do Antônio, brinquei com o Fischer: somos a turma do apartamento alugado. O mote virou ensaio no seu livro seguinte, com o título Desenho de Uma Geração.
Fischer, tentando nos entender, aponta dois fatores: a nossa descendência (classe-média baixa, alguns até mais pobres) e os fantasmas Quintana e Erico.
A literatura que nos antecedeu foi feita por jovens oriundos de famílias que geriam o campo. Ser escritor era sinônimo de posição social. Com a literatura perdendo status, nossa turma entrou neste vácuo.
Por outro ângulo, a literatura gaúcha, já se disse, sofre de torcicolo, tanto olha pra trás. Em prosa, Erico. Em poesia Quintana. Imagine-se ter estas duas sombras. Pois, a nossa turma já não padeceu deste mal como um Tabajara. (Taba, Assis e Scliar situam-se na passagem daquele “status”). Já não tínhamos compromisso com o passado, visto que vínhamos “de baixo”.
Somos cria da cidade, das Casas de Estudantes, a turma do apartamento alugado que chegava para tentar a universidade como forma de salvar o pescoço. Juremir de Palomas, Livramento, que equivale aos Ausentes no Bonja. Fischer, precocemente dando aulas. E Fabrício fruto dos novos tempos, da dissolução de dois poetas: Maria Carpi e Carlos Nejar, que reuniria de novo ao se assinar Carpinejar.
Classe-média, modernidades, há ainda o componente político. Somos a esquerda pós-ditadura. Lembro nós, da JUC 7, aos pés de Flávio Tavares em sua volta do exílio.
Os patronáveis são isso. Afora o Vitor Ramil, desconfio, como padrão estético.
Crônica de amanhã no Pioneiro.