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quinta-feira, setembro 20

Não confundir simplicidade com a falta de invenção

Fui ler um livrinho despretensioso do Malba Tahan, e não é que rendeu alguma lenha. O livro do cara é cheio de incríveis problemas e inventivas soluções. Ele trata a Matemática em “linguagem de gente”, como certa Literatura sempre perseguiu.
E, no fundo, é isto aí mesmo. Falar como gente. Na segunda, no lançamento da feira, eu contei como cada um é conhecido em Bom Jesus. É o Juarez da Zaida, o Paulo da Carmem, o Alemão do Heloís. E tem referência melhor? Sobre o teu nome vincularem o teu berço! Pai, mãe, cidade, distritinho onde nascemos, acabam por nos acompanhar. Não há credencial melhor.
Mas, eu desconfio, aqueles que por acaso tenham lido algum livro meu ( e eu sempre disse que em literatura sou radical, não aceito o texto lienar, papinha de mel na boca do leitor) possam apontar aí agora uma contradição.
Não há. Vitrola dos Ausentes, na inventividade de sua forma (cada faixa do disco é uma fala, um evento, um episódio, características das pessoas e da cidadezinha) traz a linguagem como “se fala”. “Disseram que o Belè tinha roubado umas tal madeira”. “Mas o que é que te deu, homem, pra andar neste estado?!”
São falas coloquiais, a expressão autêntica daqueles sem voz. A simplicidade das suas vidas sem horizontes manchada pela invenção da narrativa, esta sim, radical, que exige um leitor cooperativo (aquelas “faixas narrativas” do disco a tocar na vitrola do meu cabaré sugerem. E o leitor deve também preencher os “arranhos” que possa haver em algum vinil), senão empaca e não vai.
É isso, em síntese: não confundir simplicidade com a falta de invenção.