Literatura é ultrapassar o remorso
Ele dizia assim:
"Mais tarde, minha mãe no seu coma de um segundo AVC, não reagindo aos sinais (eu baixava a mão, dava tchauzinhos em frente aos seus olhos e ela nem piscava), pedi a esse médico que viesse dar uma olhada. Ele enfiou um aparelho no seu olho, parecia tirar medidas, sei lá. E eu ali do lado. Ele disse: seja forte, segura bem aí, porque ela não reage mesmo.
Mais uns dois meses, por essas coisas que não se explicam, minha mãe morreu me olhando. E me via. Certeza absoluta.”
Literatura é ultrapassar o remorso.
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