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segunda-feira, agosto 6

Uma crônica da palavra

—Do que trata o seu novo livro?
—Trata das palavras e suas semelhanças. Palavras como a semente e o seu instante de gravidez.
Bicho-de-pé, trata das palavras virgens, ainda não pronunciadas, das palavras em desuso, das palavras caducas, trata do amor e da paixão.
O ódio.
Trata da palavra saudade de forma geral.
O novo livro trata das palavras, les mots, de paroles e carnavais. Por alegoria, faz seu um poema. Um poema extenso e sujo, sortido em sua intenção.
Palavrear!
Ilustra a insensatez das minhas gravuras cada palavra em embrião.
Palavra dos gestos, palavra das moças, a palavra em suas formas de sedução.
Palavra do se retratar, desculpe!, foi engano!, há palavras personagens como a Lua, o peixe e o Nome do Pai.
A palavra mais forte é ausência se o teu pai fugiu.
Do que trata o seu novo livro?
Trata das palavras. A palavra, desenho na palma, em flor roxa no peito, a palavra em silêncio pra quem não sabe rezar.
Palavra é uma esperança. Palavra é um grão de feijão.
Palavra não é fonema, nem rosa, é observar de lambreta as coisas marginais.
O novo livro trata da palavra carinho, de um ninho, trata também de afeições. De faces sofridas, de rostos polidos, a palavra como uma paisagem do papel.
Mãe!
A palavra desenha e assopra. A palavra venta nas roupas dos varais.
Do que trata o novo livro não é do bicho, do cão, do marreco, a cobra sucuri. Trata da palavra de gente, e gente com suas carências, seus préstimos, dos piores defeitos que trazemos em nós.
A palavra esborrachar. A palavra absurdo parece ser.
A palavra a se dividir, a palavra a multiplicar. A bigorna e uma gota de sangue formam uma bela canção.
O amém é palavra. Uma ponte, palavra pro rio.
A palavra, como a imagem, por vezes sugere mais do que é. E a mentira com a palavra é fazer ficção.