Quando o céu se desenha
Quando o céu se desenha e sofrem as mães colocando seus rosários contra o peito e com seus longos terços pedem notícias, tão-só.
Quando o céu se desenha há sempre alguém partindo.
E o céu se desenha como um incerto desafio.
Como cópia de uma gravidez o céu se desenha.
O velho céu de nossos pais parece outro.
Rio que subiu, mármore suspenso, este céu hoje furioso se desenha atrapalhado, se desenha derramando nas cabeceiras mortais.
Quando o céu se desenha beijamos o santinho no peito.
Quando o céu se desenha se choram lágrimas a pensar um filho!
Quando o céu se desenha no anoitecer a Pátria é triste!
Quando o céu se desenha pelos filhos e por esta muda consolação que tiramos da surpresa, é um céu que se desenha pelas suas Meninas do Céu.
Quando o céu se desenha na Pátria há um temor e um afagar de cabelos.
Quando o céu se desenha há um perfume de afeto nas mães, nas lavouras sobrevoadas, num aceno de cada mão.
Quando o céu se desenha num adeus entristecido.
Quando o céu se desenha gritam esses roucos parentes das vítimas.
Quando o céu se desenha na busca e há um nome que demoravam a listar.
Quando o céu se desenha na transmissão de tudo e no peito em jejum.
Quando o céu se desenha um medo que antes não havia nos ocupa.
Fica um escapulário estendido.
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