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sexta-feira, agosto 31

Colheita

Quem colhe de boca pra baixo ­— é o tocar do sino.
Quem colhe cadeira lá fora — desfalcou a mesa.
Quem colhe a hora cheia — encurta o seu tempo.
Quem colhe uns pedaços de sobra — já perdeu o resto.
Quem colhe em latim, sendo grego — é um homem lido.
Quem colhe tatu na garrafa — este está bebido.
Quem colhe fiapo aceso — é o que chamam sapo.
Quem colhe o que não se enxerga — é um cata vento.
Quem colhe com sacrifício — formiga em balaio.
Quem colhe imprevistos no cedo — enche o seu atraso.
Quem colhe um fato passado — já não tem notícia.
Quem colhe o total declínio — é o presidiário.
Quem colhe e preserva o gelo — a água quadrada.
Quem colhe o trincado do cálice — vai chupar no dedo.
Quem colhe a terrível ausência — semeou seus passos.
E quem colhe depois de morto... era muito vivo.
pr