Capital sem ano marcado
Para além do Calendário de eventos anunciado, é a hora de se “amarrar” cada área da cultura a ações que permaneçam para além do ano 2008. Por exemplo, o Caxias em Cena, ligado ao teatro, precisa aproveitar a Capital para estabelecer uma Escola de Teatro permanente, com oficinas de atores que oportunize a formação de talentos.
A Capital da Cultura também facilita agora que se ponha a mão no Patrimônio Histórico da cidade e do município. Até onde sei, há a idéia da implantação do Museu da Indústria em Caxias do Sul. Em que pé está tal iniciativa?
Sei também da necessidade de expansão do Arquivo Histórico e isso se daria com a compra do terreno ao lado do prédio Carbone. Não seria o momento de concretizar tal idéia?
Outro dia, um leitor também me perguntou sobre a preservação do prédio ao lado da Igreja de Santo Sepulcro.
E a idéia de transformar o entorno do Imigrante em praça, com espaço de lazer, com acesso e estacionamento ao nosso maior monumento?
A restauração da Estação Ferroviária e seu efetivo aproveitamento, então, não poderia ter a sua hora mais oportuna com a Capital 2008.
Como se vê, para além do Calendário com seus possíveis megaeventos, Caxias tem nas mãos a possibilidade de definir ações e uma política de cultura que permaneça. Caxias e a comunidade, através de seus canais organizados, precisam pensar agora os instrumentos (comprar um terreno, fundar uma Escola das Artes) que justifiquem, quem sabe já a médio prazo, o titulo conquistado.
Não se quer Sangalos ou Chitãozinhos para o ano que vem. Esperam-se ações que tornem permanente uma política cultural. A semente de uma Capital da Cultura sem ano marcado.
Crônica de amanhã no Pioneiro.
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