Bonja amada II
Bom Jesus da D. Marieta, com suas seringas, do Dr. Simões curando a gripe.
Bom Jesus da Tijica, do Pastel e do Lambreta.
E quem não se lembra do centenário Joãozinho, um índio, índio mesmo, tomando banho de sol nas calçadas de nós-de-pinho na praça?
Esse é o Bonja, com sua gíria peculiar, da negra e forte Celina, do “aeiou” da professora Anita, do Zeca-Teca das corridas de gato do Timbum, do Nelby e do Dr. Sólon.
Bom Jesus das brigas dos clássicos San-Ju, dos embates políticos, das boates no Fátima, mostras de arte, da arquitetura italiana, alemã.
Bom Jesus com sua igreja barroca por dentro, com seu céu tão perto, com seus cachos de neve, com sua casa de cavalos na fachada ao lado de um aquário.
Bom Jesus—Noiva do Sol— do Hermeto, do Lalé, do Verenzuki, do Erci do Bar e do Doca do baile. Do negro Milito tropeando nos morros grávidos.
Assim, amamos Bom Jesus por sua gente.
Amamos por Milton Baggio, com quem aprendemos, através do teatro, a valorizar a cultura.
Por Renato Oliveira, com quem aprendemos o perfeccionismo, num país das coisas feitas às pressas.
Bom Jesus das pessoas, cidade, lugares pintados pelo pontilhismo de Agenor Conceição, que um dia haverá de ser reconhecido.
Ah, Bonja, com teus filhos ausentes!
Dizem que só em Caxias somos mais de 35 mil bonjesuenses.
E como não lembrar também dos ausentes mortos? Bom Jesus, com seu cemitério no alto da colina, onde, sem dúvida, lá iremos repousar.
E como não lembrar, ainda, dos teus “ausentes” antecipados? Também gostamos de ti, São José dos vitrolas da infância!
Definitivamente, Seu João Maria, no Dia do Bonja, a saudade não tá em impedimento!
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