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Romanção
Uma vez, sacanagem, uma vez me disseram, toma, toma um banco, vai pra vida ser feliz. Fui ser Office boy, mas erraram, num banco não dava pra ser. Não nasci pra contar carneirinho, e eu sempre aproveitei as insônias pra tomar decisões. Fui parar em Lisboa, na baixa, e por falta de um monte de escudos, dei meia volta, volver! Voltei, fui bater em Toulouse, com escala no Brasil. Teimosia, a idade, a idade!, vamos ao princípio então. Amor, mais do que tive, acho que um casal na janela em frente anda a tentar. Parece legal. Mas, o que sei? Deles e da solidão. O que sei? É a maior EME, você sabe o que é solidão. No frio, quando cedo escurece, se você se livrou da internet, fica razoável criar. Talvez um livreto, um poema sem assunto, um estilo pra lá de careta se me pedem romanção. Ah, dá um tempo! A nuvem é um jardim suspenso, eu teria até já um título, mas ele soa esquisito, por que há gente que come com as mãos?! Não é redundância. Apanhador chamam ao novo presídio, cada um diz de si na expressão. Eu, por exemplo, trabalhei com paralelepípedos. Quando calçaram nas freiras, espalhei areia, batia com força um marrão. Escrevo assim ainda hoje, não me queixo, sobraram as rimas depois dos calos e quando os tambores rufaram toquei caixa na lateral. Parararatátá! Desta forma vai dar romance? Nerusca. Isso aqui é prosa rápida, espaço curto, balãozinho na área, é tudo proposital: hip-hop, como Oswald, telegráfico, não é como me pedem, seja o Milton Hatoum. Eu não!
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