Estudo para uma paisagem no primeiro dia de inverno
Lembro, eu era ainda um pirralho, e aquele cara, malabarista, ciclista de fôlego passou por lá com um povo aglomerado e era do caralho, porque de fundo tocava Rolling Stones em pleno verão.
Entrei no Google e não tem nem sinal. Nem do Zeca e nem da Sebastiana. Podem digitar.
A Sebastiana era outra peça, louca do tempo do “à beca”, namorava o Altino Bonito, que era o Guaiquica também. Pode?, o sujeito ter dois apelidos? Em Bom Jesus conheci sujeito que suportava mais de três! Conheci um que era o Cigarro de Pau. E Tinha o Morcilha, o Torresmo, o Marmelada, o Tabuada dos Nove e o seu Tremedal!
O negócio é que Altino andava de ombro erguido, feito um lorde, um machado no ombro, todo de pose, vivia de rachar lenha quando falavam em nevar.
Sebastiana era crespa. De um crespinho, miudinho como os cabelos de minha mãe ficaram antes de morrer.
Gritavam, olha a Loca! Olha a Bastiana Loca!
Mas no fundo, bem lá no fundão da Bastiana, ela tinha era só carinho. Balbuciava uma língua só dela, que a gente entendia que era carinho e querer.
Tímida, humilde, de vestido, fosse verão, fosse neve, a Sebastiana amava o Bom Jesus inteiro.
Bom Jesus, as crianças, as comadres, amava o Altino Bonito, que até caolho era, eu esqueci de dizer.
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