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terça-feira, maio 29

A rebelião do Tio Purça

A história do automóvel em Bom Jesus pode bem ter começado com o primeiro carro do Leovegildo Mello, comprado de Antônio de Boni, em 1927. Mas a lenda que corria era a do José Padeiro, que foi mesmo o primeiro a andar sobre rodas no Bonja. Apareceu por lá com um caminhãozote e virou atração e farra.
Além do Benhur, os seus mil carros velhos, há uma “lenda automobilística” a ser desvendada. Até hoje, talvez, o caso mais famoso seja mesmo o do Lambreta. O Lambreta (com o seu Decavê!!), uma vez entrou na Curva Fria. Entrou direto e ficou pendurado na ribanceira da Rocinha quando ia pra Araranguá. Ficou lá, sortudão, nos galhos de uma árvore, com uns mil metros de queda se largasse. Só se falava desse milagre.
Frei Cirilo, o frei francês, depois também teve lá a sua “moto”, na verdade uma Vespa, pela qual o imaginário feminino da cidade suspirava. Mas, foi Frei Getúlio quem protagonizou a maior tragédia. Não, não porque os freis tenham morrido depois no seu fusca, aí, na curva de São Marcos. Mas porque, em 60, Frei Getúlio, fatalidade, acabou matando uma criança. Acolheu uma menina distraída na descida do Ginásio com a Caminhonetezinha dos padres.
Nos anos 70, houve uma rally por lá, já com a avenida calçada. Lembro do Maverick do Remizão Tessari, e do Tio Juce com o seu Wolks envenenado. Corrida de dupla. Cada um numa faixa.
Mas, talvez, o mais hilário mesmo, se pensando em carros, tenha sido aquela do Tio Purça. O Tio Purça, nosso intelectual, boêmio, homem da noite, certa vez saiu do Bar do Cascata e botou o seu fuquinha na Praça. Ahhã! Passou a andar entre os canteiros desafiando a Brigada e quem mais tentasse. Demoraram a tirar o barbudo de lá.
E, sabe, revendo agora Corrida Contra o Destino (Vanishing Point, de 1971, época da proeza na praça), me dei conta que o Tio Purça possa ter se inspirado no filme. Como um Kovalski da pecuária, o Tio Purça se rebelou contra o sistema. E como o Kovalski do filme protestou contra o estabelecido. Isso tinha bem a cara dele. Eu não posso estar errado.
Crônica de amanhã no jornal Pioneiro