O Café do Laurindo
Devia ter mais de 70 anos o casarão de dois pisos. Peguei ainda como sorveteria, depois foi Livraria Estrela e, por último, lamentavelmente, a Casa do Fumo!!!
Era um patrimônio vivo e estranhei agora a derrubada. Pensava que a casa estivesse tombada pela prefeitura. Que nada!!! Veio abaixo!!! Está lá agora aquele vazio. Está faltando um pedaço em nosso Bom Jesus.
No lugar, antes, bem antes, havia uma casa de taipa rebocada, de um certo João Hoffmann, onde funcionava um Sete Baiano e bilhar. Depois, foi comprada pelo Laurindo, que era filho da D. Tesesa Baroni, a dona do primeiro “grande” hotel da cidade.
Sei lá se construída pelo Higino Pinto, Inácio e Carlos Moojen (que lidavam com madeira no tempo de construção da cidade, além de Ângelo Zuanazzi), a casa que agora foi derrubada devia andar pelos seus 70 anos. Lembrava muito estas construções de Antônio Prado, tombadas pelo Patrimônio Histórico e que são referência mundial.
O Café do Laurindo foi um ponto de encontro notável. Lembro de suas mesas de mármore imitando tabuleiros de xadrez e dama. Ficou na memória de muitos os duelos infindáveis entre Pedro Tietbhol e Gelmino Zuanazzi. Os velhos quase não se concentravam nos lances tanta era gente que reuniam em volta.
Por isso, o Café do Laurindo era conhecido como o “Café do Dominó” (vejam só, e lá se jogava era xadrez e dama!). Na parte de cima da casa, aos domingos, como o salão era espaçoso, faziam matinés dançantes.
Sempre auxiliado pelo Marconi, seu filho, o Café do Laurindo foi também a sorveteria de três ou quatro gerações.
Acabou. Veio abaixo.
Dobrem os sinos lá de tristeza pelo Café Baroni!
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