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sexta-feira, maio 4

Abertura de Missa para Kardec

Mais os espíritas tentaram dizer o que sentiam naquela tarde, mais ficaram abaixo dos seus desejos. A causa era a muda morta. Eselita ainda vagava e teria entrado a Salami na própria missa de sua alma.
E foi acolhida. O preto Cidálio acolhia, lhe dava carinho, lhe dava guarida, apesar de Cidálio já ter os 100 anos.
Ex-escravo, servia às orquídeas, servia aos Kardec, o Cidálio Cristino Castelo cantava na praça o Araçá.
E dava quase no mesmo: Araçá cantado na praça, Araçá por abraço de moça, Araçá pela muda defunta.
Cantava à altura um Araçá pra essa coitada: seu canto era um lamento, a mais triste orquídea a vicejar por ali.
Era a canção mais melancólica e na mesma melancolia encontrava guarida a mudinha no mulatão.
Mulatão, moleirão, colhedor de orquídeas na estrada, o Seu Cidálio também animava se falasse no seu estilo: “vintóito milhão de campo”, que era o que ele “pissuiu”.
Boa alma, tão boa, humorada, até Balduíno Rambo, o botânico, quando vinha, colhia com esse Cidálio a flora e a prosa de Bom Jesus.
Conhecia as orquídeas, sabia os costumes, seguiam os seus passos, lhe entendiam de coração.
Como os pobres ao Cidálio, aos kardec, ao crendospadre, eu vivi junto a rivalidade que os consumiu.
Na saúde e na doença, eu era escrivão e lavrava. Eu tomava potreiro em aposta, eu era o Alberto Hartmann, eu pra isso fui terreno: em escritura desde que no mundo, em certidão por boa letra, dito um estilo bem próprio, eu só somava em alemão.