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domingo, maio 6

Pauzinho

O Pauzinho uma vez caiu na serra-fita que atorou as duas pernas dele. Demoraram pra contar pra ele que ele ficou sem as pernas, já fazia 45 dias.
Uma desgraçada duma tia que foi visitar ele em Caxias contou tudo o que tavam escondendo ele. Que ele não tinha mais pernas e nem sentia ainda ali no quarto do Pompéia.
A serraria inteira toda queria sempre saber como é que tava indo o Pauzinho. E a tia dele, muito analfabeta, muito burra, entra lá no quarto e inventa de contar tudo direto pra ele, que nem exame nada tinha visto ainda.
E o Pauzinho disse que agora ia dar gente na cadeia. Que nem resto das pernas dele tinha ficado no meio da serra de prova, mas que ele tinha certeza que a turma ia testemunhar, que ele ia colocar rico e gerentada no fundo duma cadeia.... Que os da turma sempre avisavam do perigo e que um dia um deles ia cair lá.
A reação do Pauzinho que ficou sem as duas pernas no acidente da serraria era só de pensar em matar o ordinário desse canalha subgerente, ele dizia tremendo bastante.
“Não tinha sangue na serra mas tem o laudo médico”, ele gritava pra essa tia dele no quarto do Pompéia.
O Pauzinho ficou sem as duas pernas e inconformado. A assistente social disse que ia mostrar ele pro outro doutor. E deram um abração no Pauzinho antes de sair do quarto dele.
Abraçaram ele depois que a tia dele foi lá e contou tudo. Fazia 45 dias.

Trechos de Pauzinho, o conto de abertura de Valsa dos Aparados, que está sendo relido no curso de Letras e Cultura Regional, da UCS, pelo mestrando André Fontana. É um escreve como se fala. Valeu, André!