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quinta-feira, março 15

Riverão Sussuarana

Como já acontecia em torno de seu cinema, naquele final de anos 70 o preço que Glauber teria de pagar por suas idéias seria alto. Sua posição de criador heróico, inconformado, temido, corajoso, faziam com que este baiano-judeu-protestante fosse amado e amado-odiosamente.
Amado, por aqueles que o entendiam e à sua obra. Amado-odiosamente, por queles que entendiam sua obra, mas não aceitavam a força daquela natureza individual.
“Voz de trovão do povo em seu grito de guerra”, escrevia Jorge Amado.
Pensamento livre e criador. Sem papas na pena, Riverão Sussuarana (ed. Record) surgia para destruir com todos os mitos da história brasileira, sem concessões. Antônio Conselheiro, Luís Carlos Prestes, Lampião, Padre Cícero e João Guimarães Rosa — personagem espécie de ator em meio a saga dos jagunços ­ habitavam a corrente caudalosa daquele glauberiano rio: Riverão. Revisão. A heustória (a estória que incorpora a História, não conta, nem contra ) do Brasil.
Riverão Sussuarana está ligado diretamente à dimensão do itinerário sertanejo. Do sertanejo de Vitória da Conquista, Glauber Rocha, que não é, no romance, o seu itinerário único e total,
É a manifestação estética de um rio que corre (riverun ­— “rio que corre” — segundo a tradução de Augusto e Haroldo de Campos de Panaroma do Finnegans Wake, de James Joyce).
O livro começa e termina num “riverun” dentro das veias de um protestante —de origem judia— em terras messiânicas.
Um rio sertanejo que está ligado à infância do autor (a infância povoada de tiroteios dos “westerns” de Hollywood, estrelados por Gary Cooper, John Wayne, Errol Flyn, e dirigidos por John Ford) que agora, bem mais tarde, marcará o estilo de sua romanesca forma narrativa: longas seqüências descritivas e logo irrompe o diálogo. E ligado também à maturidade de Glauber, rompida bruscamente por uma tragédia pessoal do Rio de Janeiro já daqueles dias, que foi a morte (nunca suficientemente esclarecida) de sua irmã Anecy Rocha, em Copacabana.
Continua amanhã