O sino de D. Bilia
E foi construído bem ao lado da casa da D. Bilia, que também cuidava da conservação da igreja, além de bater o sino de tardezinho.
Entre a casa de D. Bilia e a igreja ficava o sino, num campanário rude, também de madeira, com umas cordas que pendiam e ficavam atadas ao tocos de pau que serviam de base.
A missa das Sextas-Feiras era na vila. Com minha família adotiva, eu morava bem na entrada da mesma, e isto queria dizer, quando se “passava” a igreja.
É que a igreja ficava de frente para uma rua interrompida e a construção era uma espécie de ponto final da via. À esquerda ficava a Vila Pinto.
Toda as sextas-feiras a D. Bilia tocava o sino anunciando que missa na cidade, neste dia, só ali, na igreja dela.
Era assim a paisagem: a casa da D. Bilia, ao lado o campanário com o sino, a igrejinha, uma churrasqueira e o Clube Fátima, que ficava nesta seqüência.
Fundado por frei Hermeto, um frei comunista, em 1964, o “Fátima” era, digamos, a parte nobre da Vila. Só que o clube acabou tomado também pelo pessoal da cidade, que não compartilhava obviamente das missas no templo.
Com pouca audiência, um dia, resolveram transferir a igrejinha para um outro bairro, a Vila Madeireira, ou Vila Santa Catarina, o seu nome de bairro.
E lá foi então, depois de arrastada em toras móveis para um caminhão, a igreja inteirinha. Atravessaram a cidade com aquele cortejo de tábua, caibro e janela santa. Um milagre num raio de não mais do que 4 quilômetros. Nossa Senhora de Fátima era agora Santa Catarina.
E vá se saber o vazio que curtiu a D. Bilia!
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