OBRA     AUTOR
         


Vitrola dos Ausentes
Clique aqui e leia um trecho.


Nova Edição



Clique aqui e leia.


DEMAIS LIVROS


Glaucha
Clique aqui e leia um trecho.



Iberê
Clique aqui e leia um trecho.




Valsa dos Aparados
Clique aqui e leia um trecho.




Missa para Kardec
Clique aqui e leia um trecho.



Quando cai a neve no Brasil
Clique aqui e leia um trecho.


Cozinha Gorda
Clique aqui e leia um trecho.


As luas que fisgam o peixe
Clique aqui e leia um trecho.

Coletâneas


Meia encarnada, dura de sangue
Clique aqui e leia um trecho.



Cem Menores Contos

Clique aqui e leia um trecho.



Contos Cruéis

Clique aqui e leia um trecho.



Contos do Novo Milênio

Clique aqui e leia um trecho.




 

quarta-feira, março 21

O sino de D. Bilia

A D. Bilia morava ao lado da igrejinha dos pobres. Pelo menos era assim que chamavam a igreja de Nossa Senhora de Fátima, que dava nome de bairro à Vila Pinto, a mais pobre de Bom Jesus nos anos 60, quando a templo de madeira foi lá construído.
E foi construído bem ao lado da casa da D. Bilia, que também cuidava da conservação da igreja, além de bater o sino de tardezinho.
Entre a casa de D. Bilia e a igreja ficava o sino, num campanário rude, também de madeira, com umas cordas que pendiam e ficavam atadas ao tocos de pau que serviam de base.
A missa das Sextas-Feiras era na vila. Com minha família adotiva, eu morava bem na entrada da mesma, e isto queria dizer, quando se “passava” a igreja.
É que a igreja ficava de frente para uma rua interrompida e a construção era uma espécie de ponto final da via. À esquerda ficava a Vila Pinto.
Toda as sextas-feiras a D. Bilia tocava o sino anunciando que missa na cidade, neste dia, só ali, na igreja dela.
Era assim a paisagem: a casa da D. Bilia, ao lado o campanário com o sino, a igrejinha, uma churrasqueira e o Clube Fátima, que ficava nesta seqüência.
Fundado por frei Hermeto, um frei comunista, em 1964, o “Fátima” era, digamos, a parte nobre da Vila. Só que o clube acabou tomado também pelo pessoal da cidade, que não compartilhava obviamente das missas no templo.
Com pouca audiência, um dia, resolveram transferir a igrejinha para um outro bairro, a Vila Madeireira, ou Vila Santa Catarina, o seu nome de bairro.
E lá foi então, depois de arrastada em toras móveis para um caminhão, a igreja inteirinha. Atravessaram a cidade com aquele cortejo de tábua, caibro e janela santa. Um milagre num raio de não mais do que 4 quilômetros. Nossa Senhora de Fátima era agora Santa Catarina.
E vá se saber o vazio que curtiu a D. Bilia!