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sexta-feira, fevereiro 2

Sinfonia dos Capuchos

Quando minha mãe morreu, morreu me olhando!
Um último afago nos olhos, uma ternura que abrandou a sensação nunca vivida de ver a aparelhagem zerando.
Não zerara antes, ela vivia.
Botei o dedo na campainha e dei um abraço naqueles olhos. Voltara por um instante do seu coma e era a nossa despedida.
O pânico controlado da enfermeira me afastou dali. Eu ainda disse: a senhora tá levando metade do meu coração junto...
Me afastaram dali para o corredor e a porta ainda trancaram.
Era um último instante para o torniquete, o destapar brusco, para a bem intencionada judiaria que ainda fazem com o coração da gente.
Ela não voltaria.
Me deram chá. Não desligaram o rádio da enfermaria.
Telefone dos amigos eu tinha um só, no bolso, amassado. Havia um Seguro, uma previdente decisão que me daria então piso naquele vazio tremendo.
Mais um chá e vi seu corpo passando na maca. Era madrugada.
Demoraram a devolver seu corpo que já viria vestido e com o vestido que escolhi. Estampado de flores, em rodízio, era preto-laranja, laranja-preto.
Três amigos depois nos seguem na estrada. Pedi ao cara da funerária que parasse, eu precisava mijar.
—Está nevando!, ele me disse.
—São só alguns capuchos!, respondi. Você vai ver lá em Bom Jesus!
***
Há muito queria escrever este texto e não conseguia. Trazia guardado. Ele me diz muito. Mas, se me coloco a ouvir a sinfonia nº 9, a Sinfonia do Novo Mundo, de Dvorak, também sinto que me estimula, me anima, me manda pra vida e me faz ter coragem quando eu tanto preciso.
O que mais emociona e ajuda a gente. A música ou literatura?
pr