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sábado, janeiro 13

A voz dos ausentes (ou sobre um ano do blog)

Disse quero água! e teve voz.
E essa água aqui foi trazida. E a voz também: a voz da fome e a voz dos crentes em Jesus.
A voz do mundo dos vivos, a voz da sede, do frio e dos ventos, teve voz o feno, as lavouras, a serra, ah, poemas de mãos calejadas!, teve voz o centro do Rio.
Teve voz sobre um aceno, sobre um cão entristecido, teve voz aqui a aflição.
Teve voz de uma Banda Furiosa, voz de umas quantas figuras, um estilo peculiar.
Voz pra todos. Voz sobre marcha, rock, samba, valsa, sem partitura se fez.
Voz rasgada. Voz sobre a liberdade, sobre a carência de amor.
Foi o que mais se falou: sobre pessoas, sobre tijolo e ovelha, se fez voz até do sujo barro, voz imitando carro e voz que a chuva molhou.
Sobre o mar. Polícia. Teve voz como um tiroteio e uma formiga que falou.
Muita fábula, muita bíblia, voz que fez a vida valer.
O poder da voz.
A voz sendo sempre o que resta na hora de solidão.
Voz e gravura. Um Papudo andou aqui.
Paciente voz. Voz de confissão.
Já se fez voz aqui como um rádio, voz aqui com um santinho no peito, voz pedindo passado, saúde e tal!
Uma mudinha aqui foi mãe. Teve voz, foi um pássaro, e o canto de todos os pássaros é um poema universal.
Guerra, morte, religião.
Já se fez voz aqui ao pão, à farinha, voz que chorava por hóstia e sendo lágrima de perdão.
Voz pra pensar um filho. Voz pra aliviar a dor.
Um chá, um alento, voz trancada, se externou o gogó aqui.
Teve voz pra anoitecer um corpo. E teve voz de surpresa se o desenhou não bastou.
Voz preocupada. Voz pra menina, à morena, voz pra quem a água pediu.
pr